"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

fevereiro 14, 2012

CVM : Em 10 anos, 33 empresas refizeram dados de balanço


Nos últimos dez anos, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou que 33 empresas refizessem ou republicassem suas demonstrações financeiras.

Só em 2011 houve cinco casos, envolvendo grupos como Energisa, Hotéis Othon, Estrela e Inepar. As motivações são variadas.

O caso mais recente foi o da Energisa, que terá de republicar os balanços financeiros referentes ao primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2011.

Segundo a CVM, a empresa errou ao registrar uma captação em notas perpétuas realizada em janeiro daquele ano no patrimônio líquido e não no passivo exigível do balanço.

Em 2009, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) recebeu ofício da Superintendência de Empresas para refazer algumas notas explicativas do balanço do terceiro trimestre de 2008.

As notas traziam explicações sobre a política de hedge da empresa e a contabilização de derivativos como contratos de swap. No mesmo ano, a Perdigão teve de reapresentar os dados do primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2008 com ajustes referentes aos processos de incorporação e aquisição de companhias como Eleva e Batávia.

O ex-presidente da CVM, Luiz Leonardo Cantidiano, afirma que o órgão regulador é competente para questionar a omissão ou erro de publicação de uma despesa ou receita, mas deve levar em conta a relevância das informações e as implicações da incorreção no resultado trimestral.

A Petrobras poderia ser chamada a dar explicações, mas só seria punida se constatada má-fé da administração.

"Nesse caso a CVM pode abrir um processo e eventualmente aplicar alguma penalidade", diz Cantidiano.

MARIANA DURÃO/Estado

PETROBRAS : PERDE QUASE 5% E ARRASTA BOVESPA

As ações da Petrobrás intensificaram o movimento de baixa na reta final dos negócios, com perda de quase 5%, levando o Ibovespa a perder o nível dos 65 mil pontos no pior momento.

O mau humor com a petroleira cresceu nesta terça-feira após a teleconferência da empresa com analistas para tentar explicar o resultado decepcionante no quarto trimestre de 2011.


Segundo operadores, a diretoria da Petrobrás não foi convincente em suas explicações para o fraco resultado trimestral e revelou que está em andamento, neste momento, uma análise sobre os dados divulgados no ITR.

A companhia suspeita que possa ter havido uma inversão de números específicos relacionados a serviços e custos de formação de estoques. Petrobrás ON caiu 4,23% e a PN registrou baixa de 4,72%.


No final, o Ibovespa desacelerou um pouco a queda e fechou em 65.038,53 pontos (-0,99%). Na mínima, o Ibovespa atingiu 64.826 (-1,32%) e, na máxima 65.855 (+0,25%). No mês, o índice acumula alta de 3,12% e, no ano, +14,60%.

Além de Petrobrás, o tom externo negativo, dado pelo índice de vendas no varejo nos EUA em janeiro menor do que o estimado, conduziu a Bolsa paulista para o vermelho no fim da manhã.

No meio da tarde, a notícia de que o Eurogrupo não se reunirá amanhã e sim fará uma teleconferência azedou ainda mais o humor do mercado. Com isso, as bolsas de NY ampliaram as quedas, influenciando também a Bovespa.


As ações da Vale deram uma contribuição negativa para a Bolsa hoje. A mineradora, que divulga balanço amanhã, após o fechamento do mercado também, operou em baixa na esteira da queda dos metais em Londres. O papel PNA caiu 1,94% e o ON, -2,64%

Estadão