"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 18, 2013

Protestos ofuscam jogos, chocam Fifa e chegam à seleção. Manifestações pelo país - que têm no custo elevado das obras ligadas à Copa um de seus alvos - preocupam organizadores, mas são apoiadas pelos atletas

Na véspera do segundo jogo da seleção brasileira pela Copa das Confederações, não se falou de futebol nos eventos oficiais da Fifa e da CBF no país. As manifestações populares que se espalharam por várias cidades na segunda-feira deixaram os preparativos para o duelo entre Brasil e México, em Fortaleza, na quarta, em segundo plano.

Publicamente, o discurso da Fifa, da CBF, do Comitê Organizador Local (COL) e do Ministério do Esporte é de respeito ao direito de protestar, desde que sem violência. Reservadamente, contudo, os cartolas e autoridades vivem momentos de extrema apreensão - principalmente diante da promessa de uma grande manifestação pelas ruas da capital cearense na manhã de quarta, com previsão de trajeto até a Arena Castelão. Mesmo que os manifestantes não consigam chegar aos arredores do estádio - a área terá acesso restrito no dia do jogo -, o movimento que explodiu na segunda deverá repercutir dentro do Castelão.

Muitos torcedores se organizam pelas redes sociais e já combinam formas de usar a partida para dar ainda mais impacto às reivindicações. Fala-se, por exemplo, no uso de roupas pretas no lugar das camisas da seleção - ou na intenção de cantar o hino brasileiro na íntegra, em sinal de oposição à organização do torneio, que executou só uma parte dele na abertura.


Nos bastidores, a Fifa se mostra assustada e alarmada com as manifestações, principalmente aquelas ocorridas nos dias de jogos, no entorno dos estádios. 

Na segunda, Blatter já tinha criticado os protestos, dizendo que os participantes estão pegando carona na importância do evento. "Eu sei um pouco sobre os protestos que acontecem aqui. 

As pessoas estão usando o futebol como plataforma e aproveitando a presença da imprensa estrangeira para fazer certas demonstrações." Em seguida, fez uma previsão desastrada: 
"Vocês vão ver que hoje, que é o terceiro dia de competição, isso vai se acalmar. Vai ser uma competição maravilhosa", apostou, horas antes da realização dos maiores atos públicos ocorridos no país em mais de duas décadas. 

Se a torcida resolver aproveitar a partida de quarta para se manifestar contra as autoridades, a Fifa ficará em situação delicada. 

PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA(DELES) ! E O CACHACEIRO PARLAPATÃO AFIRMOU AOS "CRÉDULOS" QUE NÃO HAVERIA DINHEIRO"PUBRICO" : Gastos públicos com a Copa-2014 sobem e chegam a R$ 28 bilhões

A organização da Copa-2014 já custa ao Brasil cerca de R$ 28 bilhões, segundo anunciou Luis Fernandes, secretário-executivo do Ministério dos Esportes e coordenador do Grupo Executivo da Copa do Mundo (Gecopa), durante entrevista coletiva hoje, no Rio.

O valor corrigido corresponde a um aumento de R$ 1,5 bilhão em relação ao último número anunciado (R$ 26,5 bilhões, em fevereiro passado).

O programa Bolsa Família, por exemplo, vai gastar R$ 21,4 bilhões neste ano. Este, porém, é dinheiro apenas do governo federal, ao contrário da Copa que atinge as três esferas.

Segundo o próprio ministério, a previsão é que os investimentos para o Mundial alcancem R$ 33 bilhões o país vai custear 85,5% das obras relacionadas ao evento, com dinheiro dos governos federal, estaduais e municipais.

Fernandes disse que a maior parte dos investimentos (R$ 9 bilhões) acontecerá em projetos de mobilidade urbana e transporte público, que deixarão legado pós-Copa; são 51 obras ao todo, nas 12 cidades-sede.

O ministério divulgará uma nova atualização da Matriz de Responsabilidade documento que lista os gastos com obras relacionadas ao Mundial e aponta os responsáveis por arcar com os custos em julho, após a Copa das Confederações.

Durante a coletiva de hoje, no Maracanã, Fernandes e os representantes da Fifa procuraram dissociar os protestos vistos em diversas capitais brasileiras dos gastos públicos para a realização da Copa das Confederações e da Copa-2014.

"Não há uma oposição generalizada à realização da Copa do Mundo, ao contrário. Há largo apoio na população brasileira para os eventos", disse o secretário-executivo dos Esportes.

"Pode haver setores que estão desinformados sobre a Copa do Mundo: ela é uma oportunidade de investimento em políticas estruturais que estimulem o desenvolvimento local e regional no Brasil. O investimento em estruturas e serviços que vão melhorar a vida dos brasileiros após a Copa é óbvio", disse Fernandes. 

MARCEL RIZZO
MARTÍN FERNANDEZ
SÉRGIO RANGEL 

Razões para o pessimismo, e para o otimismo

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Os brasileiros têm motivos de sobra para se indignar com o que o governo lhes oferece. A contrastar com o pessimismo quanto ao futuro do país sob a batuta do PT, está o despertar de milhões para uma epopeia de malfeitos e uma cronologia de descalabros. É, sem dúvida, neste caldo de insatisfação que se inspiram os que ontem foram às ruas das principais cidades do país. Eles, e não a gestão Dilma, nos dão razões de sobra para ser otimistas.

A presidente Dilma Rousseff acha que os brasileiros não têm motivos para se chatear com o governo dela. Tacha de agourentas e mal humoradas o número crescente de pessoas que consideram que o Brasil vai mal e que, a cada dia que passa, enchem mais as ruas para protestar, como aconteceu de novo ontem. Talvez ela mereça uma ajudinha para lembrar as muitas razões para sermos pessimistas quanto ao futuro do país sob a batuta do PT.

É possível que o pessoal esteja cansado da pasmaceira em que Dilma está afundando o Brasil. No mandato dela, a nossa média de crescimento é de módico 1,8% ao ano. Só Fernando Collor de Mello teve dois anos iniciais tão ruins assim; deu no que deu. A previsão dos analistas para este ano vem caindo há cinco semanas e agora já está abaixo de 2,5%, um vexame para quem começou o mandato prometendo média de 5%.

Em 2012, o Brasil ficou na vice-lanterna do ranking de crescimento no continente. A presidente e os petistas parecem ter gostado da situação: segundo prevê a Cepal, vamos figurar de novo na rabeira da lista, superando desta vez apenas a Venezuela – talvez por uma mórbida solidariedade ao chavismo, que agora até mamadeira quer proibir por lá...

O Brasil governado por Dilma também é uma jabuticaba no quesito inflação. Crescemos pouco, mas os preços que pagamos por bens e serviços não param de aumentar. Enquanto vizinhos como Chile, Paraguai e Peru têm índices de preços subindo ao redor de 2%, nossa inflação ronda o limite da meta de 6,5% – neste mês, possivelmente arrebentará o teto.

A carestia é especialmente dramática para famílias mais pobres. Como elas destinam cerca de um terço de sua renda para gastos com comida, são afetadas por aumentos maiores nos itens de alimentação, que sobem 14% em 12 meses. Com isso, apenas a alta de preços registrada desde meados de 2011 (12%) já foi capaz de fazer 22 milhões de brasileiros voltarem para a parte de baixo da linha da miséria.

O jeito tem sido cortar despesas e, com isso, as vendas em supermercados estão simplesmente despencando – o comércio teve, em abril, o pior desempenho para o mês desde 2003, quando a comparação é feita com os resultados de um ano antes. O motor do consumo está rateando e não deve mais embalar o crescimento da economia como um todo.

Com o dólar subindo como está, muita coisa vai ficar ainda mais cara no país. A moeda americana já escalou 11,2% desde o início de março, quando atingiu sua cotação mais baixa neste ano, e bateu ontem novo recorde em quatro anos. Num país que compra todo tipo de quinquilharia do exterior, a decolagem do dólar vai bater direto no bolso das pessoas. E vai doer ainda mais.

O Brasil governado por Dilma também é uma excentricidade em termos de juros. Desde que a Selic começou a aumentar, estamos entre os cinco únicos países do mundo que elevaram sua taxa básica neste ano. Nosso juro real (2,1%) agora só perde para o da China (2,7%) e o da Rússia (2,2%). Falta só um pouquinho para voltarmos à nada honrosa liderança em que estivemos durante anos, em mais um feito da presidente.
 
O governo petista aposta que este clima ruim se dissipará tão logo comecem as outrora demonizadas privatizações. Os leilões de concessão de aeroportos, ferrovias e rodovias tornaram-se a sonhada tábua de salvação do governo Dilma. Mas será que investidores, que hoje fogem do Brasil, irão se aventurar num cenário de tantas incertezas? Já o pré-sal virou a caixinha dourada de onde o governo pretende tirar os bilhões necessários para fechar suas contas neste ano. É o futuro pagando as faturas do presente.

Mas não é só na economia que os brasileiros encontram motivos de sobra para estar pessimistas e indignados com o Brasil. A educação segue sendo uma vergonha nacional. Temos 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais de idade e 31,5% da população não completou o ensino fundamental, de acordo com a
Pnad de 2011. Nossa média de estudos é tão ruim quanto a do Suriname, a pior de todo o continente.

País rico é país bem educado, menos para o PT. Não se veem razões para otimismo nas ações do governo Dilma nesta seara. O Plano Nacional de Educação em discussão no Congresso tem metas tímidas: por exemplo, alfabetizar, até 2020, as crianças até os oito anos de idade, época da vida em que, atualmente, meninos e meninas mais bem nascidos já estão noutra, lidando com laptops e computadores e balbuciando o inglês.

O descaso com nossos brasileirinhos também se manifesta na frustrada promessa de expandir a educação infantil, com construção de mais de 6 mil creches feita por Dilma em cima de palanques. Até hoje, só uns 10% disso foi feito, se tanto. Desta maneira, persiste um triste quadro: temos 11 milhões de crianças com idade entre 0 e 3 anos e, destes, 8 milhões jamais frequentaram uma creche.

Como se percebe, por onde quer que se olhe, os brasileiros têm motivos às pencas para se indignar com o que o governo petista lhes oferece. Ninguém deseja que mergulhemos numa maré insanável de pessimismo, mas o que se espera é que a gestão da presidente Dilma Rousseff se dê conta de que não conseguirá enganar mais ninguém com seu mundo de faz-de-conta.

A contrastar com tudo isso, está o despertar dos brasileiros para esta epopeia de malfeitos, esta cronologia de descalabros, este desmoronar de esperanças e expectativas. É, sem dúvida, neste caldo de insatisfação que se inspiram os cerca de 200 mil brasileiros que foram às ruas em 12 das principais cidades do país ontem. Eles, e não o governo petista, nos dão razões de sobra para ser otimistas.

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

Apesar de novas intervenções do BC, dólar fecha em maior nível desde 2009

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Mesmo após o Banco Central ter injetado US$ 4,494 bilhões no mercado nesta terça-feira (18), a moeda americana fechou em leve alta, em meio a preocupações com uma possível redução de estímulo econômico nos EUA.
O dólar à vista referência para as negociações no mercado financeiro teve valorização de 0,11%, fechando o dia cotado em R$ 2,163 na venda maior nível desde 1º de maio de 2009, quando estava em R$ 2,174.
O dia também foi positivo para a Bolsa brasileira, cujo principal índice, o Ibovespa, fechou em alta de 0,76%, para 49.464 pontos.

O dólar comercial utilizado no comércio exterior subiu 0,55% no dia, para R$ 2,178.

A moeda começou o dia com avanço de mais de 1%, forçando o Banco Central a interferir no mercado de câmbio por duas vezes. Desde o dia 4 deste mês, foram oito intervenções.

A autoridade promoveu entre 9h50 e 10h20 (horário de Brasília) dois leilões de swap cambial tradicionais, que equivalem a venda de dólares no mercado futuro. A medida visava conter o avanço da moeda, que atingiu R$ 2,186 logo depois da abertura dos negócios.

Na primeira operação, foram vendidos todos os 60 mil contratos ofertados, com vencimentos em 1º de agosto e 2 de setembro de 2013, por US$ 2,994 bilhões.

Outros 40 mil contratos, com vencimentos em 2 de setembro e 1º de outubro de 2013, foram ofertados no segundo leilão do dia. Desse total, 30,2 mil contratos foram vendidos, por US$ 1,5 bilhão.

Ontem, a autoridade monetária nacional já havia
interferido no mercado de câmbio, também através de leilão de swap cambial tradicional, quando a moeda americana chegou a R$ 2,178 no mercado à vista.

Outras cinco operações como essa foram realizadas desde o dia 4 deste mês. Além disso, o governo também zerou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre os investimentos de estrangeiros em renda fixa no país e sobre os derivativos cambiais (mercado futuro de dólar).

Todas essas medidas foram tomadas para tentar conter o avanço do dólar em relação ao real.

"O BC não está entrando no mercado para derrubar o dólar. Ele está entrando para dar liquidez (aumentar o volume de negócios), por isso tem feito interferências quando a moeda atinge níveis diferentes todo dia", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Segundo operadores ouvidos pela Folha, a tendência do dólar continua sendo de alta, enquanto durarem as incertezas sobre a permanência dos estímulos econômicos nos EUA.

Amanhã, sai decisão do Fed (BC norte-americano) sobre a taxa de juros do país, que é hoje praticamente zero, e o presidente da instituição, Ben Bernanke, fará um novo pronunciamento.

Embora investidores não apostem em mudança imediata dos juros, esperam encontrar, na fala de Bernanke, sinais mais claros sobre a manutenção ou não dos estímulos monetários no país. O BC dos EUA recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos a fim de injetar recursos na economia.

Se o discurso de Bernanke reforçar no mercado as apostas na retirada dos estímulos, porém, a tendência de alta do dólar pode se intensificar.

Isso porque o segundo passo, na avaliação de especialistas, seria a elevação do juro americano, o que deixaria os títulos do Tesouro dos EUA, remunerados pela taxa e considerados de baixo risco, mais atraentes aos investidores globais do que aplicações em emergentes.

"Um possível corte dos estímulos econômicos nos EUA reduziria o volume de dólares no mercado mundial. Isso também diminuiria a já fragilizada entrada da moeda americana no Brasil, pressionando a cotação do dólar para cima", diz Waldir Kiel, operador da H.Commcor.


Roberto Gurgel diz que sociedade está "cansada da impunidade" . Ayres Britto também defende manifestações nas ruas

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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou, nesta terça-feira (18/6), que as manifestações em curso nas grandes cidades do país demonstram que a sociedade está "cansada da impunidade". Segundo ele, o fato de "esses jovens que ocupam as ruas terem incluído entre outros temas a PEC 37 evidencia que há uma preocupação geral com essa verdadeira mutilação do Ministério Público".

A afirmação foi feita por Gurgel num intervalo do debate promovido pelo Colégio de Procuradores da República com parlamentares, autoridades do Executivo, associações de juízes e entidades defensoras de direitos humanos sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37/2011, que visa a conferir exclusividade da investigação criminal às polícias civis e federal.

O chefe do MPF considera as manifestações de rua " sempre legítimas, como foi dito pela presidente Dilma Rousseff", embora não devam ocorrer "atos de violência e de destruição do patrimônio".

Ayres Britto

Já o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Ayres Britto - também participante da manifestação do Ministério Público - fez o seguinte comentário sobre as manifestações que ocorrem no país:
 "É o modo de protagonizar a cidadania. É a protagonização do cidadão pelo modo mais direto. Isso não é ruim. isso é muito bom. É o chamamento das instituições para o cumprimento do papel que lhes cabe, de atuar como locomotiva social. Nesse momento, o povo não é vagão, é a própria locomotiva de seu destino. Isso confere a ele, povo, a mais legítima autoridade para passar um pito nas autoridades instituídas.E como o movimento tem sido pacífico, a violência não parte em linhas gerais da população, há de ser saudado como expressão da mais depurada e até avançada democracia".

Luiz Orlando Carneiro
O Jornal do Brasil 

A REPÚBLICA ESTÁ ASSENHOREADA POR TORPES E CANALHAS. É UMA BOA OPORTUNIDADE PARA UM MOVIMENTO : Não deixem o MP acabar!

A Constituição da República promulgada em 1988 conferiu ao Ministério Público atribuições que realçaram sua condição de importante ferramenta na defesa dos interesses da sociedade, o que permitiu, por exemplo, o aperfeiçoamento na defesa dos direitos das minorias, crianças, idosos, homossexuais, mulheres e negros, além do combate à criminalidade, fiscalização do uso de verbas públicas, dentre outros direitos coletivos.

Muitas vezes o exercício dessas funções acaba por contrariar interesses, sobretudo políticos, até porque, algumas vezes, o Ministério Público é o único instrumento de reação da sociedade para inibir abusos cometidos por quem possui poder político e econômico.

Não por acaso tem sido recorrente a tramitação de projetos de lei que invariavelmente procuram diminuir ou mesmo lhe retirar atribuições, numa clara tentativa de afastar os obstáculos eventualmente existentes para os desmandos e malversações da coisa pública.

A versão mais visível dessa estratégia está hoje concentrada no Projeto de Emenda Constitucional 37 ou PEC 37, de acordo com o qual as investigações criminais caberão exclusivamente às policias Civil e Federal.

A iniciativa, que ganhou fôlego principalmente após o processo do mensalão, muito embora atinja outras instituições públicas, como Banco Central, Receita Federal, Ordem dos Advogados do Brasil, além do próprio particular, todos alijados do direito de investigar infrações penais, visa a alcançar diretamente o Ministério Público de forma a enfraquecê-lo sem o excluir do contexto jurídico.

Assim, muito embora mantido o status constitucional de guardião da sociedade, retiram-se os instrumentos para o adequado cumprimento dessa função, como uma doença que preserva o corpo, mas debilita as funções vitais.

De forma a amesquinhar a discussão do tema e, ao mesmo tempo, ocultar as reais finalidades do projeto, opõe-se o Ministério Público às polícias como se o que estivesse em jogo fosse apenas uma luta de classes corporativas. Nada mais equivocado, sobretudo porque o Ministério Público deseja e luta por uma polícia eficiente.

O monopólio da investigação criminal é ineficaz e não contribui para a redução do número de inquéritos que terminam sem a solução dos ilícitos apurados. Portanto, retirar do Ministério Público o poder/dever de investigar não traz nenhuma vantagem para a preservação do Estado Democrático de Direito.

Felizmente o Congresso Nacional, em sua franca maioria, tem consciência disso e saberá dizer não a esse movimento contrário à sociedade.
(...)
O enfraquecimento da instituição, antes de qualquer coisa, representa o enfraquecimento da grande maioria da população, brasileiros honestos aos quais se faz o apelo: 
não deixem acabar com o Ministério Público!

 Carlos Aguiar O Globo

“Passe livre” vale mais

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Eu sou um cão imperialista; eu sou o verme dos arrozais"! -, assim começava a autocrítica de um alto dirigente chinês, creio que Peng Dehuai, por ousar criticar a Revolução Cultural de Mao Tsé-tung, que exterminou milhares de inocentes.

Talvez eu seja mesmo um "cão imperialista" porque, outro dia, eu errei. Sim. Errei na avaliação do primeiro dia das manifestações contra o aumento das passagens em SP. Falei na TV sobre o que me pareceu um bando de irresponsáveis pequeno-burgueses fazendo provocações por 20 centavos. Era muito mais que isso, apesar de parecer assim.

Pois eu, "lacaio da direita fascista", fiz um erro de avaliação.

Este movimento que começou outro dia tinha toda a cara de anarquismo inútil. E (quem acredita?) critiquei-o porque temia que tanta energia fosse gasta em bobagens, quando há graves problemas a enfrentar no Brasil. Eu falei em "ausência de causas" em "revolta sem rumo".

Mas, a partir de quinta-feira, com a violência maior da polícia, ficou claro que o movimento expressava uma inquietação que tardara muito no País, pois, logo que eu comecei a escrever, em 92 (quando muitos manifestantes estavam nascendo), faltava o retorno de algo como os "caras-pintadas" - os jovens derrubaram um presidente.

Mas não falo por justificar-me. Erros se explicam, mas não se justificam, como diziam no serviço militar. Portanto, errei.

Mas agora peço atenção (e uma pausa nos esculachos contra mim) aos jovens que me leem, para algumas linhas sobre este fenômeno que surgiu nas redes sociais e em milhares de "sacos cheios" por tanta paralisia política no Brasil e no mundo.

Hoje, eu acho que o movimento "Passe Livre" se expandiu como uma força política original, até mais rica do que os "caras-pintadas", justamente porque não tem um rumo, um objetivo certo a priori. Assim, começaram vários fatos novos em países árabes, na Europa e USA. E, volto a dizer, que essa ausência de rumos é muito dinâmica e mutante.

Como cantou Cazuza:
"As ideias não correspondem mais aos fatos", que são, hoje, muito mais complexos do que as interpretações que eram disponíveis, entre progressistas e reacionários.

Como bem escreveu Carlos Diegues:
"O movimento é importante porque talvez o mundo tenha perdido a esperança em mudanças radicais. Talvez porque a "revolução" tenha perdido prestígio para a mobilidade social. por não nos sentirmos mais representados por nenhuma força política (...), os jovens do Movimento Passe Livre trazem agora para o Rio de Janeiro e São Paulo e outros Estados esse novo estilo de contestação, típico do século 2i - uma contestação pontual, sem propriamente projeto de nação ou de sociedade". É isso.

Errei na avaliação do primeiro dia das manifestações contra o aumento das passagens em SP

Não vivemos diante de "acontecimentos", mas só de incertezas, de "não acontecimentos".Na mídia, só vemos narrativas de fracassos, de impunidades, de "quase vitórias", de derrotas diante do Mal, do bruto e do escroto.

O mundo está em crise de representatividade.
Essa perplexidade provoca abusca de novos procedimentos, de novas ideologias, de uma análise mais cética diante de velhas certezas.

E toda essa energia tem de ser canalizada para melhorar as condições de vida do Brasil, desde o desprezo com que se tratam os passageiros pobres de ônibus, passando pelo escândalo ecológico, passando pela velhice do Código Penal do País, que legitima a corrupção institucionalizada.

O importante nessas novas manifestações é que elas (graças a Deus) não querem explicar a complexidade do mundo com umas poucas causas em que se trancam os fatos.

Eu sei, eu sei que é difícil escapar do "ideologismo"; sei que a ideia de complexidade é vista como "frescura" e que macho mesmo é simplista, radical, totalizante. Mas, no mundo atual, a inovação está no parcial, no pensamento indutivo, em descobrir o Mal entranhado em aparências de Bem.

Sei também que é muito encantador uma luta mais genérica, a "insustentável leveza do ser revolucionário",que cria figuras como os "militantes imaginários" que analisei outro dia. Estes jovens saíram da condição de torcedores por um time ou um partido e estão militando concretamente. O perigo é serem esvaziados, como foi "Occupy Wall Street".

É fundamental que o Passe Livre se amplie e persiga objetivos concretos.

Tudo está parado no País e essa oportunidade não pode ser perdida. De um fato pequeno pode sair muita coisa, muito crime pode estar escondido atrás de uma bobagem. Os fatos concretos são valiosos.

Exemplo:
não basta lutar genericamente contra a corrupção.

Há que se deter em fatos singulares e exemplares, como a terrível ameaça da PEC 37, que será votada daqui a uma semana e acaba na prática com o Ministério Público, que pode reverter as punições do "mensalão", pode acabar até com o processo da morte de Celso Daniel; fatos concretos como a posse do Feliciano ou o extraordinário Renan em suas duas horas de presidente da República.

Se não houver "núcleos" duros dos fatos, dos acontecimentos presentes e prováveis, as denúncias caem no vazio abstrato tão ibérico e tão do agrado dos corruptos e demagogos.

Por isso,permito-me sugerir alguns alvos bons:

Descobrir e denunciar por que a Petrobrás comprou uma refinaria por US$ 1 bilhão em Pasadena, Texas, se ela só vale US$ 100 milhões?
Por quê?

Porque a Ferrovia Norte-Sul, que está sendo feita desde a era Sarney, ainda quer mais 100 milhões para mais um trechinho. Saibam que na época, há 27 anos, a Folha de S. Paulo fez uma denúncia genial:
botou na página de classificados um anúncio discreto em que estava o resultado da concorrência dois dias antes de abrirem as propostas. 
Claro que a concorrência era malhada.

Foi um escândalo, mas continuou até hoje, comandada pela Valec, de onde o ex-diretor Juquinha, indescritível afilhado do Sarney, supostamente teria tascado 100 milhões.

Por que as obras do rio São Francisco estão secas?
Por que obras públicas custam o dobro dos orçamentos?
Por que a inflação está voltando?
Por que a infraestrutura do País está destruída?

Porquê?
 
Arnaldo Jabor O Estado de S. Paulo

DEMANDA POR CRÉDITO NO PAÍS CAI E FRUSTRA BANCOS . CRÉDITO A EMPRESA FRUSTRA BANCO

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A demanda das empresas por crédito está abaixo do que esperavam os bancos para o ano. É o que mostram dados de um levantamento do Banco Central no primeiro trimestre e o que continuaram a perceber as instituições financeiras nos meses seguintes. 
 
 Essa informação, combinada aos sucessivos dados decepcionantes de atividade econômica e emprego nas últimas semanas, coloca em dúvida se as companhias brasileiras como um todo voltarão, ainda em 2013, a ter disposição para se endividar.

No cenário atual, relatam os bancos, a procura por crédito pelas empresas vem se restringindo aos recursos direcionados - aqueles com origem e destino certos -, universo limitado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), crédito rural e imobiliário. Além disso, respondem pela maior parte dessa demanda setores que ainda mostram fôlego, como o agronegócio.

Um levantamento do próprio Banco Central mostra o descompasso entre as expectativas das instituições financeiras e a realidade das empresas. Trimestralmente, a autoridade monetária faz uma pesquisa sobre variações nas condições do crédito brasileiro (demanda, oferta e aprovações), comparando o que esperavam os bancos para o período com o que de fato observaram. 
 
Na edição do primeiro trimestre, as expectativas de demanda por crédito pelas empresas se mostraram frustradas.

Na pesquisa, o BC pede para que os bancos informem, numa escala de -2 a 2, o que esperam da demanda, da oferta e da aprovação no período, para quatro modalidades de crédito: pequena e média empresa, grandes companhias, consumo e imobiliário. Um valor 2 indica uma melhora considerável no quesito enquanto -2 mostra o oposto. A amostra da autoridade representa 95% do crédito em cada modalidade.

No primeiro trimestre, os bancos esperavam 0,41 ponto na demanda por crédito das grandes empresas, ou seja, uma melhora modesta na procura. Veio 0,18. A oferta, estimada em -0,14 ponto (ligeira piora), veio praticamente em linha. No caso das empresas de pequeno e médio portes, a expectativa de demanda era de 0,45 ponto. 
 
De novo, o valor registrado foi de 0,18, ao passo que a oferta ficou em linha com o projetado.

"A expectativa de demanda está muito relacionada à expectativa de PIB. No segundo semestre do ano passado, orçamos 4% de crescimento na economia em 2013. Hoje a expectativa está em torno de 2,5%", afirma o diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco, José Ramos Rocha Neto. 
 
"Mas o segundo semestre é tradicionalmente melhor, e julho e agosto serão meses chave."

Só que, com a piora do cenário econômico, é possível que a demanda caia ainda mais. "Percebemos os primeiros sinais de preocupação dos empresários com o prognóstico da economia, o que, por fim, poderia diminuir a demanda por crédito", afirma Cristiane Nogueira, superintendente executiva do segmento de pequenas e médias empresas do Santander.

A executiva afirma que, até abril, o banco sentia uma recuperação da demanda das empresas por crédito na comparação com o fim de 2012. Mas, segundo ela, o banco teria condições de conceder mais crédito, se houvesse demanda.
 
Felipe Marques | De São Paulo Valor Econômico

"O aplauso sempre passa, mas toda vaia é eterna. E inesquecível. " Entonces... Viva a vaia

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A vaia é absoluta.
Não existe vaia relativa, meia vaia, vaia e meia, apenas vaia, pequena ou grande, curta ou longa:
vaia.

A vaia é incontrastável, e não comporta argumento em sentido contrário.
 
Correção:
existe, sim, um único argumento contra a vaia:
a força.

Mas como força não é argumento, retornamos ao ponto inicial:
é impossível argumentar contra a vaia.

A vaia é a mais democrática ação coletiva.
Seu poder reside na fragilidade de quem vaia.
Os autores de uma vaia não querem bater, machucar nem matar: querem... Vaiar.

Axioma:
se toda vaia é contra e não existe vaia a favor, igualmente não existe antivaia. Apenas vaia.

A vaia é sempre dirigida a um núcleo de poder, corporificado no ente que o exerce. Por isso não existe vaia contra o fraco ou o oprimido. Detentores de poder nem opressores vaiam, mas são passíveis de serem vaiados.


Toda vaia é coletiva, não se tem notícia de vaia individual.

Portanto, toda vaia expressa uma inconformidade de natureza social, e assim precisa ser entendida e analisada. A vaia nunca pode ser debitada a um "pequeno grupo de agitadores".

Se assim fosse, qualquer pessoa no interior de uma multidão reunida sem motivação reinvindicante seria capaz de mobilizá-la e fazê-la voltar-se, em uníssono, contra algum núcleo de poder.
 Mas tal reação não é automática. 
 
Para eclodir e se converter no incêndio da vaia é preciso que o rastilho encontre condições favoráveis. Seu combustível é algum tipo de inconformidade, explícita ou latente. Sem isso, o "puxador de vaia" é sancionado pelo grupo, silenciado ou excluído.

A vaia é a expressão inconsciente de um mal-estar consciente ou inconsciente. Ela expressa, na forma de onomatopeia uníssona, um sentimento coletivo de impossível expressão verbal.
 


A propósito:
a vaia prescinde da palavra.
É comunicação em estado puro, energia galvanizada instintivamente.

A vaia só funciona em seu momento.
Não tem efeito quando gravada ou relatada.


Mas atenção:
a vaia reverbera.


E tem o incrível poder de se multiplicar em vaias maiores em intensidade e duração se os fatores que motivaram o apupo original não forem identificados e eliminados.

A vaia é universal, está presente em todas as culturas.

Como expressão primária e instintiva, é o mais genuíno produto do inconsciente coletivo. Traduz uma verdade que prescinde de suporte semântico. 

 
A vaia é uma reprovação cuja origem se situa no silêncio individual, mas que só consegue se expressar de forma coletiva.  


É como o galo do poema de João Cabral:
"Um galo sozinho não tece uma manhã / ele precisará sempre de outros galos. / De um que apanhe esse grito que ele / e o lance a outro; de um outro galo / que apanhe o grito que um galo antes / e o lance a outro; e de outros galos / que com muitos outros galos se cruzem / os fios de sol de seus gritos de galo (...)".


Paradoxalmente, a vaia é consagradora:
não há registro de vaias contra anônimos. 

 
A única exceção a essa assertiva ocorre quando anônimos assumem papéis de agentes de um poder opressor, injusto ou impopular (como o anônimo que tenta furar a fila ou o policial anônimo numa ação de repressão). 

 
O aplauso não neutraliza a vaia, apenas a emoldura.
Aliás, é bom deixar claro:
como a vaia é incontrastável e irreversível, o aplauso não é seu contraponto. Pois é possível vaiar um aplauso. 
Como é igualmente possível aplaudir uma vaia.

Mas é impossível vaiar uma vaia, neutralizá-la ou convertê-la em aplauso.

 
Por último:
o aplauso sempre passa, mas toda vaia é eterna. 
E inesquecível.
 
 Paulo José Cunha Correio Braziliense

SUBSERVIENTE ! Lei da Copa: PGR contesta no STF concessões feitas à Fifa . Ação de inconstitucionalidade já foi protocolada

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A Procuradoria-Geral da República ajuizou, no Supremo Tribunal Federal, ação de inconstitucionalidade (Adin 4.976) contra artigos da chamada Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012) que impõem ao governo brasileiro (União) todas as responsabilidades pelo que vier a ocorrer em matéria de danos durante a Copa do Mundo, no próximo ano, e também nesta Copa das Confederações.

Além disso, são impugnados os dispositivos da lei especial que concedem isenções de despesas judiciais à Fifa, e prêmios em dinheiro aos campeões mundiais de futebol de 1958,1962 e 1970.

A ação de inconstitucionalidade assinada pela recém-afastada vice-procuradora-geral Deborah Duprat – mas com o “aprovo” do chefe do Ministério Público, Roberto Gurgel – faz parte de um pacote de nada menos do que 23 Adins ( de números 4.969 a 4.992) que foram protocoladas no início da noite de segunda-feira (17/6) sobre diversos assuntos, constantes, em sua maioria, de leis estaduais. 

 Ao que tudo indica, trata-se do acervo final de ações propostas pela ex-vice-procuradora-geral da República, às vésperas do fim do mandato (em agosto) de Gurgel.

Risco integral

A Adin 4.976 – que tem pedido de liminar – começa por atacar o artigo 23 da Lei Geral da Copa, por adotar a “Teoria do Risco Integrado”, impondo à União a assunção de responsabilidade por danos não causados por seus agentes. 

Ou seja, o dever de indenização “por fatos estranhos à atividade administrativa e atos predatórios de terceiros”. O artigo 23 da lei dispõe, textualmente, que “a União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a Fifa por qualquer dano resultante de qualquer incidente ou acidente de segurança” ocorrido durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.

O MPF também contesta a constitucionalidade do artigo 53 da lei em questão, segundo o qual a Fifa, suas subsidiárias, seus representantes e empregados são isentos de custas, cauções, honorários periciais e quaisquer outras despesas devidas aos órgãos do Judiciário, em qualquer instância. 

Ou seja, as entidades e pessoas ligadas à Fifa, direta ou indiretamente, não podem ser condenadas a custas e despesas processuais, “salvo comprovada má-fé”.

Prêmios

A ação da PGR, finalmente, considera inconstitucional o artigo 37 da Lei Geral da Copa, que previu a concessão em dinheiro aos jogadores titulares e reservas das seleções campeães mundiais de futebol de 1958, 1962 e 1970. E ainda “auxílio especial mensal” àqueles “jogadores sem recursos ou com recursos limitados”. 

A ex-vice-procuradora-geral Deborah Duprat entende, neste caso, que “as vantagens concedidas são de índole estritamente privada, não envolvendo nenhum projeto de interesse do povo”. A seu ver, as conquistas futebolísticas das décadas passadas não justificam “o pagamento, a custo do erário, de valores em benefício de determinadas pessoas”.

Os artigos da Constituição que estariam sendo contrariados, conforme a Adin 4.976 são os seguintes: artigos 5º, cabeça (“Todos são iguais perante a lei”); 19, inciso 3; 37, parágrafo 6º; 150, inciso 2; e 195, parágrafo 5º (custeio da Previdência Social).


Luiz Orlando Carneiro

AGORA É A VEZ DA PEC 37 !! A ÉTICA E A JUSTIÇA AGRADECEM!



O dia de hoje entrará para a história desse país!
Por mais que a mídia ignore!
Por mais que os corruptos finjam que nada aconteceu!

Não esqueçam:
ESSA É A NAÇÃO DO FAZ DE CONTA...

MAS O POVO NAS RUAS mostrou o que é o Brasil de verdade!
O povo nas ruas com a sua legítima vontade!

Enquanto eles fazem de conta que nada aconteceu; avante no ideal maior: da moralização desse país!

A PEC 37 VEM AI!

Os corruptos loucos pela legalização da IMPUNIDADE!
MANIFESTAÇÕES CONTRA A PEC 37!

FORA COM ESSES POLITIQUEIROS "171"!!
Duvidam da FORÇA do POVO?

ESPEREM NO PAÍS FAZ DE CONTA...
VERÃO TUDO DE NOVO!

DIGA NÃO A PEC 37!

FORA COM POLÍTICO LADRÃO!
REVOLTA E AÇÃO BRASIL!
( Raquel Santana )
Transcrito do : 
Revoltados On Line
so photoshop AGRADECE
Transcrito do :ICA E curso photoshop A
Revoltados curso photoshop ON LINE
ÉTICA E curso photoshop A

UM DIA HISTÓRICO ! PARA REGISTRO BRASIL REAL - UM PAÍS QUE SE MEXE: O BRASIL NAS RUAS


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Na maior mobilização contra o aumento das passagens de ônibus, cerca de 240 mil manifestantes ocuparam ontem as ruas de 11 capitais brasileiras. Em São Paulo, o protesto mobilizou cerca de 65 mil pessoas, que desta vez não enfrentaram as balas de borracha e as bombas de gás lacrimogêneo da polícia. 

O governo do estado cumpriu a promessa de manter a Tropa de Choque aquartelada.

 À noite, um grupo tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado. Houve confrontos no Rio, onde um grupo isolado lançou coquetéis molotov no prédio da Assembleia Legislativa e feriu cinco policiais militares. A passeata reuniu cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores. 

Em Belo Horizonte, houve confronto com a PM nas imediações do Estádio do Mineirão. 

Em Brasília, os manifestantes invadiram, em dois momentos, o teto do Congresso Nacional aos gritos de "a-ha, u-hu, o Congresso é nosso".

Sem a predominância de bandeiras de partidos políticos, sindicatos ou entidades estudantis, os protestos lembraram as grandes mobilizações sociais do passado, como os comícios pelas Diretas Já (1984) e o movimento dos caras-pintadas (1992). 
A diferença foi a força demonstrada pelas mídias sociais, decisivas não apenas para a mobilização como para o registro de cada detalhe das manifestações em tempo real, e a diversidade de palavras de ordem.

Além do clamor contra o reajuste das tarifas de ônibus, foram ouvidos gritos contra os gastos públicos com a Copa do Mundo e contra a PEC 37, projeto que busca tirar dos Ministérios Públicos o poder de investigação.

Também houve mobilizações em Porto Alegre, 
Curitiba, 
Vitória, 
Salvador, 
Maceió, 
Fortaleza e Belém. 

O número total de presentes foi estimado com base em cálculos dos organizadores, das polícias e de institutos de pesquisa. 

Preocupadas com a repercussão dos conflitos em São Paulo na quinta-feira passada, que terminaram com cem feridos e 237 detidos, as polícias procuraram evitar o uso de armas de baixa letalidade, mesmo quando provocadas pelos manifestantes.

A PM paulista acompanhou à distância, com um efetivo visivelmente menor do que o da manifestação anterior, o quinto protesto contra o preço das tarifas. Policiais chegaram a pedir licença para passar, sorrindo, e chegaram a se sentar no chão a pedido dos manifestantes. 

A marcha começou no Largo da Batata, em Pinheiros, próximo à Avenida Faria Lima, e depois seguiu pela Faria Lima e pela Marginal Pinheiros, para mais tarde passar pela Ponte Estaiada, Brooklin, em direção ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, onde ainda estavam concentrados por volta das 22h.
(...)
Mas houve cenas de violência em quatro cidades, com uso de bombas de efeito moral, balas de borracha e cassetetes. Em Porto Alegre, a Tropa de Choque da Brigada Militar entrou em confronto com manifestantes, depois que eles colocaram fogo em latas de lixo, atiraram pedras e depredaram um ônibus e prédios públicos. 
Os militares usaram bombas de gás para dispersá-los. Em Alagoas, um motorista atirou no rosto de um estudante quando tentava furar o bloqueio montado pelos manifestantes na Avenida Fernandes Lima, Bairro do Farol.

A PM mineira, para impedir que a marcha se aproximasse do Mineirão, estádio onde jogaram Nigéria e Haiti pela Copa das Confederações, atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes. 

Na fuga, um jovem de 18 anos caiu do viaduto da Avenida Presidente Antônio Carlos. Levado para o Hospital Risoleta Neves, o jovem apresentava no fim da tarde um quadro estável.

Também terminou tenso o protesto no Rio. 
Por volta das 20h, um pequeno grupo tentou ocupar a escadaria da Assembleia Legislativa e foi rechaçado pela polícia com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os conflitos aconteceram na Rua Primeiro de Março, em frente à Alerj e na travessa ao lado do Paço Imperial, prédio histórico pichado por vândalos. 

Alguns manifestantes atiraram coquetéis molotov em direção aos policiais e atearam fogo em um carro. Cinco policiais foram feridos no confronto. Outra marca do vandalismo foi deixada numa agência bancária próxima, cuja entrada de vidro foi destruída a golpes de barras de ferro.

Em Brasília, a polícia não conseguiu impedir que os estudantes, por volta das 19h20m,subissem no teto do Congresso, pelo lado esquerdo, sob as cúpulas. Após cerca de 30 minutos, a rampa foi liberada para que os manifestantes descessem. 
Muitos ainda permaneceram na cobertura. Eles estenderam uma faixa pedindo "não à violência" e gritaram:
- Vamos invadir o Congresso! O Congresso é nosso!

Dilma diz que atos são legítimos

Na entrada principal, um cordão da PM tentava conter os jovens que desciam e queriam entrar no Congresso. No Salão Negro, móveis próximos aos vidros foram retirados por precaução.

- Se houver uma invasão, as pessoas podem se machucar - disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

A presidente Dilma Rousseff, ao se pronunciar pela primeira vez sobre os protestos, disse que considerada "legítimas e próprias da democracia" as manifestações pacíficas.

- É próprio dos jovens se manifestarem - disse a presidente, por intermédio da ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas.

A presidente se reuniu com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fez um relato das manifestações.

Chico Otavio O Globo