"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 14, 2013

DO JEITO QUE O DIABO GOSTA II - Cesta básica sobe 0,55% na primeira semana após desoneração dos preços

Apesar da desoneração de impostos, o preço da cesta básica em São Paulo subiu 0,55% após o anúncio da presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira, dia 8. Pesquisa do ProconSP - órgão ligado à Secretaria Estadual da Justiça - realizada entre os dias 8 e 14 de março apontou o reajuste. 
 
O resultado ainda não reflete completamente a decisão do governo, já que a expectativa de adoção da medida era para terça-feira, dia 12.

A pesquisa, realizada em convênio com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontou que o valor médio da cesta de 31 produtos passou de R$ 384,58 no dia 7 de março para R$ 386,71 no dia 14.

De acordo com relatório do ProconSP, dos 31 produtos analisados, 14 apresentaram alta nos preços, 14 baixaram e três se mantiveram iguais. Dos três grupos de produtos analisados - alimentação, limpeza e higiene pessoal -, dois apresentaram alta: 
alimentação (0,67%) e higiene pessoal (0,19%). 
O grupo limpeza registrou queda nos preços de 0,17%.

Os alimentos que mais encareceram nesse período foram batata (15,94%), 
alho (7,32%), 
cebola (6,15%), 
farinha de mandioca torrada (4,89%) 
e absorvente aderente (3,94%). 
 
As maiores quedas foram salsicha avulsa (-3,64%), 
margarina (-2,19%), 
ovos brancos (-2,03%), 
arroz (-1,68%) 
e linguiça fresca (-1,57%).
 
Agência Estado

10 ANOS DE (P) ARTIDO (T) ORPE E ... As estatais não têm jeito


Não é por nada, não, mas se a gente pensar seriamente na história recente da Petrobras, sem paixões e sem provocações, vai acabar caindo na hipótese maldita, a privatização.

A estatal teve bons momentos, colecionou êxitos, acumulou tecnologias e formou quadros. Mas, sempre que isso aconteceu, não foi porque se tratava de uma estatal. A companhia foi bem sempre que agiu como petrolífera, digamos, normal, quase independente.

Já quando foi mal, como vai hoje, a causa é evidente: 
a condição de estatal.

Radicalizando, poderia se dizer que, quando a Petrobras funciona, consegue isso apesar de ser estatal. Mas todos sabemos que há petrolíferas estatais muito bem-sucedidas pelo mundo afora.

Como também há outras simplesmente desastrosas, e, como a própria Petrobras alternou períodos positivos e negativos, a questão é: 
como uma estatal pode fracassar?

A resposta está diante de nossos olhos. 
Trata-se do pecado mortal da politização, que se manifesta de duas maneiras complementares: 
a nomeação de diretores e chefes não por sua competência e sua história na empresa, mas pela filiação política ou sindical; e a definição dos objetivos e meios da empresa não por análises econômicas, e sim pela vontade dos governantes e das forças políticas no poder.

Não é preciso pesquisar nada para se verificar que a Petrobras caiu nesses dois buracos nos governos Lula e Dilma. 

A disputa pelos diversos cargos da companhia tornou-se pública, com os partidos e grupos reclamando abertamente as posições de que se julgavam merecedores. Lula, em entrevista formal, contou o quanto interferiu no comando da estatal, levando-a a ampliar projetos de investimentos claramente incompatíveis com as possibilidades da empresa e as condições do mercado.

Foi a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, quem admitiu o irrealismo daqueles planos. E também o ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima, reconheceu que a vontade de Lula prevaleceu sobre os argumentos técnicos na definição das regras para a exploração do pré-sal.

Ora, isso demonstra que a blindagem montada no governo FHC simplesmente não funcionou. Em 1997, por emenda constitucional o monopólio do petróleo foi transferido da Petrobras para a União. A partir daí, a União passou a leiloar os direitos de exploração dos poços, abrindo a disputa para empresas privadas nacionais e estrangeiras. 

A Petrobras passou a competir no mercado.

Para garantir a despolitização, o governo estabeleceu regras de governança para a estatal e criou a tal Agência Nacional de Petróleo, órgão independente, administrado por diretores técnicos, com mandatos, encarregada de organizar e fiscalizar o setor de petróleo, gás e outros combustíveis.

Parecia um bom arranjo. 
O presidente da República indicava os diretores das agências, mas respeitando critérios de conhecimento técnico e experiência, que seriam checados pelo Senado, responsável pela aprovação final dos indicados.

Isso não eliminava as decisões dos políticos eleitos pelo povo. Como acionista majoritário da Petrobras, por exemplo, o governo federal poderia determinar a estratégia da companhia no Conselho de Administração, como acontece em qualquer grande empresa. Mas a execução tinha de ser feita tecnicamente, mesmo porque a empresa havia perdido o monopólio e precisava competir.

O que aconteceu no governo Lula? 
O Senado, como faz nos outros casos, simplesmente tornou-se um carimbador de indicações para a diretoria da ANP, assim como para as demais agências reguladoras. 

Os partidos passaram a lotear abertamente esses cargos. 
No governo Dilma, o Senado negou uma única indicação, e por um péssimo motivo. Tratava-se de um quadro competente, mas os senadores da maioria queriam mandar um recado para a presidente, colocar um obstáculo para cobrar uma fatura.

Tudo considerado, o que temos? 
As regras de governança e o sistema de agências atrapalharam um pouco, deram mais trabalho aos governos Lula e Dilma, mas não impediram que se politizasse inteiramente a companhia e o setor.

A crise dos royalties é uma consequência disso. 
Também os cinco anos sem leilão de novos poços, o que atrasou a exploração do óleo. E isso levou o Brasil a ser cada vez mais dependente da importação de óleo e combustíveis, ao contrário do que dizia a propaganda oficial do governo Lula.

Sim, a nova presidente da Petrobras tem feito alguma coisa para levar a companhia a uma atuação mais técnica. 
Mas são evidentes as suas limitações.

O PSDB ataca a gestão petista na Petrobras e diz que, no governo, faria a "reestatização" da companhia. 
Ou seja, voltaria ao sistema da era FHC.

Nada garante que isso garantiria despolitização. Na verdade, a história recente prova o contrário: na política brasileira, não há como garantir uma gestão eficiente das estatais - e sem falar de corrupção.

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Carlos Alberto Sardenberg O Globo

DO JEITO QUE O DIABO GOSTA - Inflação pode estar se acomodando em patamar mais elevado, diz BC


O Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou nesta quinta-feira (14), por meio da ata de sua última reunião, que a maior "dispersão" observada recentemente nos aumentos de preços ao consumidor, além de pressões sazonais (características de determinadas épocas do ano) e pressões localizadas no segmento de transportes, entre outros, contribuem para que a inflação mostre "resistência".

"Embora essa dinâmica desfavorável possa não representar um fenômeno temporário, mas uma eventual acomodação da inflação em patamar mais elevado, o Comitê pondera que incertezas remanescentes – de origem externa e interna – cercam o cenário prospectivo e recomendam que a política monetária deva ser administrada com cautela", informou o Copom, que optou por manter os juros estáveis na semana passada, mas que deixou a porta aberta para elevações no futuro. O mercado financeiro acredita que os juros subirão 0,75 ponto percentual neste ano, para 8% ao ano.

A autoridade monetária informou ainda que sua previsão de inflação subiu neste ano, tanto no chamado cenário de referência (câmbio e juros estáveis ao longo do horizonte de projeção) quanto no cenário de mercado - que considera as previsões do mercado financeiro para o dólar e para a taxa básica de juros. Em ambos os casos, a estimativa do BC continua acima da meta central de 4,5% para 2013.

A autoridade monetária tem previsto inflação acima da meta central neste ano, nas atas do Copom, desde o início do ano passado. O Copom também informou que a sua estimativa de inflação para 2014 também subiu e continua acima da meta central do próximo ano.

Segundo a autoridade monetária, a inflação de serviços segue em "níveis elevados", e observam-se pressões no segmento de alimentos e bebidas. Acrescentou ainda que os efeitos do comportamento dos preços no atacado sobre a inflação para os consumidores dependerão das "condições atuais e prospectivas da demanda e das expectativas dos formadores de preços em relação à trajetória futura da inflação".

 
Alexandro Martello Do G1

DE(s)CÊNIO DOS FARSANTES E FALSÁRIA - Saldo da entrada e saída de dólares está negativo em US$ 2,86 bilhões este ano



O saldo da entrada e saída de dólares do país continua negativo. Neste mês, até o dia 8, as saídas superaram as entradas de dólares em US$ 368 milhões, segundo dados divulgados hoje (13) pelo Banco Central (BC). Em fevereiro, o saldo negativo foi US$ 105 milhões, e em janeiro, US$ 2,386 bilhões.

Considerando o período de janeiro até o dia 8 de março, o saldo é negativo em US$ 2,859 bilhões. Nesse intervalo, o fluxo comercial registrou saldo negativo de US$ 5,372 bilhões e o financeiro, positivo em US$ 2,513 bilhões.

Em março, até o dia 8, o fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) foi o responsável pelo saldo negativo. Nesse período, o fluxo comercial ficou negativo em US$ 1,307 bilhão.

O fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) registrou resultado positivo de US$ 938 milhões.

O fluxo cambial tem sido quase sempre negativo desde o início do ano. Já nos três primeiros dias úteis de janeiro, as saídas de dólares foram maiores do que as entradas em US$ 84 milhões. Em 2012, o país registrou a menor entrada de dólares desde 2008, ano do auge da crise financeira internacional.
Agência Brasil