"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 11, 2012

O BRASIL NÃO É DO P artido T orpe... HORA DO TIRO DE MISERICÓDIA

O partido dos mensaleiros desdenha da democracia, afronta as instituições e avilta a Justiça

Mal o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou a proscrição de José Dirceu e seus asseclas da política brasileira, o PT lançou-se numa investida desesperada para tentar transformar decisões tomadas no mais estrito respeito ao Estado Democrático de Direito em golpismo. 
É parte da disposição infinda dos petistas a se agarrarem com unhas e dentes ao poder.

O PT e seus próceres vêm se dedicando nos últimos dias a achincalhar a mais alta corte de Justiça do país. Agem insuflados pelo seu líder máximo. 
Na terça-feira, tão logo ficara selada a condenação de Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares pelos ministros do Supremo por crime de corrupção ativa, Lula conclamara a militância petista a mostrar os caninos e "dar o troco". 
Foi seguido de imediato.

O primeiro a obedecer-lhe foi o "chefe da quadrilha". 
José Dirceu deixou seu refúgio em Vinhedo, de onde agora só sai escoltado por capangas, para dirigir-se aos petistas reunidos no Diretório Nacional. 
Sua fala resume tudo o que o PT pensa e quer, tudo o que o Brasil pode esperar caso a legenda que há dez anos governa o país saia-se vencedora desta eleição municipal.

Dirceu (disse) ontem que não importa o que a mais alta corte de Justiça do país decidiu sobre ele e seus mensaleiros, ao condená-los a, quiçá, passar uns anos na cadeia. O que vale é ganhar eleição, especialmente em São Paulo. 

E é exatamente isso o que significa um eventual triunfo do PT na maior metrópole do continente e em outras 21 cidades em que o partido disputará o segundo turno: a vitória do mensalão.

O PT tem dez réus entre os julgados pelo STF. 
Destes, só um - Luiz Gushiken - foi considerado inocente até agora. 
Mais quatro começaram a ser condenados ontem por crime de lavagem de dinheiro. 

E, na semana que vem, toda a cúpula petista à época em que Lula ascendeu à presidência da República, com Dirceu à frente, voltará ao banco dos réus por crime de formação de quadrilha.

Esse pessoal continua dando as cartas no PT, como ficou claro pela destacada participação que Dirceu e Genoino tiveram ontem na reunião da direção nacional do partido. Que não haja dúvidas: quem manda no PT ainda são os mensaleiros; quem se elege pelo PT ainda são os mensaleiros; onde o PT vence e governa, ainda prevalecem os mensaleiros.

Contra esta constatação irrefutável, os petistas ressuscitam, mais uma vez, a tese de que são vítimas. 
Anteriormente, da imprensa e das "elites"; agora, vão mais longe: 
também da Justiça. 

É o tradicional horror dos partidários de Lula, Dilma e seus correligionários condenados pelo Supremo às instituições da democracia.

Segundo a (Folha de S.Paulo), o condenado José Dirceu já deixou claro o que quer que seu partido imponha à nação em resposta ao julgamento do STF: 
"criação de controles para a mídia e o Judiciário". Nesta cruzada, de acordo com o (Correio Braziliense,) o quadrilheiro-mor da turma mensaleira pretende rodar o país "para se defender e criticar o veredicto do STF".

Dirceu ecoa a voz e as vontades do chefe, Lula. Como, aliás, sempre fez desde que operou a montagem da estrutura política que elegeu o petista e, posteriormente, já "entre quatro paredes de um palácio presidencial", comandou o mensalão. "Ele [Lula] dava as ordens e Dirceu ia a campo executar. 

O que na boca de Lula eram metáforas, nas de Zé Dirceu viravam verdade", relembra um deputado do PT ouvido por (O Globo.)


Para a direção petista, ecoando o que Lula dissera anteontem, o que há na condenação de seus líderes é "intolerância", "falta de vocação democrática" e "hipocrisia".

 Trata-se da estratégia posta em marcha pelo partido dos mensaleiros de tentar politizar o resultado do julgamento - iniciativa que já vem se desenrolando nas redes sociais por meio de uma patrulha arrogante paga a soldo do Estado petista, a quem só compraz o silêncio e a subserviência.

Mas, não: 
o que há são decisões soberanas, equilibradas, técnicas, objetivas tomadas pela nossa suprema corte de Justiça em relação a um esquema criminoso de desvio de dinheiro que deveria servir para melhorar as condições de vida dos brasileiros, mas que foi parar nos bolsos de políticos corruptos comprados por governantes igualmente corruptos. 

O que há é pura e simplesmente o mensalão que o PT montou.

E este não pode avançar um passo mais, sob pena de o país ver-se vergado a esta "agenda criminosa", a este "golpe no conteúdo da democracia", a este projeto de poder urdido sob "velha, matreira e renitente inspiração patrimonialista", conforme as definitivas (palavras) dos ministros Celso de Mello e Carlos Ayres Britto ontem. 

O que o STF condenou foi uma forma nefasta de fazer política, sempre visando a hegemonia e a subjugação dos adversários. Ao golpe que o PT tentou impor à nação, virá a resposta irretorquível das urnas.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O golpe final

LOVE THE BRAZIL.

Com a queda nas vendas na Europa e desaceleração na China, as montadoras de automóveis agora "amam" o Brasil, segundo reportagem da revista americana Forbes

No entanto, além da concorrência, as marcas enfrentam um outro desafio no País: os altos impostos cobrados pelo governo. A publicação cita o aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados. 

 "Consumidores brasileiros ficam chocados ao ver preços de US$ 29 mil por um modelo popular como o Toyota Corolla, que sai por US$ 16 mil nos Estados Unidos", diz a revista. 

 
Ainda de acordo com a Forbes, o Brasil tem apenas 14% das estradas pavimentadas, e mesmo assim possui potencial de crescimento de 68%, de 3,4 milhões de carros vendidos em 2011 para 5,7 milhões em 2016 - para os Estados Unidos a estimativa é de alta de 30%. 

Com o crescimento da classe média, o País pode ultrapassar o Japão já em 2015 e assumir o posto de terceiro maior mercado do mundo, atrás apenas de EUA e China. 

A publicação ainda comentou a "corrida" das montadoras para nacionalizar parte da produção e aumentar a produtividade daquelas já instaladas no País, depois que o governo brasileiro decidiu dar incentivos para marcas que investem localmente. 

GM, 
Ford, 
Volkswagen, 
Fiat, 
Toyota, 
Hyundai, 
Nissan, 
Honda, 
Renault, 
Peugeot e Chery devem colocar cerca de US$ 25 bilhões no Brasil até 2016, segundo a Forbes.

O sentimento nacional de justiça e o mensalão


A firmeza dos ministros do Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão vem ajudando a sepultar em parte a ideia de que o favor da nomeação para tão alto cargo poderia prevalecer na tomada das decisões. 

Como já foi tantas vezes divulgado, os integrantes dessa Corte foram majoritariamente nomeados pelo ex-presidente Lula, com a participação claríssima de políticos petistas.

Todos os povos possuem um sentimento nacional de justiça e em alguns deles isso se deixa transparecer de forma bastante aguda. Há casos emblemáticos em torno dos quais os povos externam com absoluta certeza o que esperam da Justiça e o que devem fazer os julgadores. 

Se a lei e o Direito indicam ser possível essa conduta, é compreensível que os magistrados julguem nesse sentido.

No episódio do mensalão ficou evidente que o sentimento nacional de justiça, envergonhado por condutas tão sórdidas, somente seria satisfeito com a reparação vertical provinda do Judiciário. 

Isso começou a ocorrer de forma surpreendente, de início com os votos seguros e claros do ministro relator Joaquim Barbosa, que foi seguido por vários outros, sempre na linha de que os crimes cometidos são de extrema gravidade e merecem reparação.

Houve duas exceções, infelizmente, envolvendo as decisões dos ministros Ricardo Lewandowski e Dias Tófoli, ambos vistos como pessoas com ligações mais fortes com o Partido dos Trabalhadores (PT) e seus dirigentes, dos quais partiu a ação delitiva. 

Toffoli foi até mesmo advogado do PT, o que demonstrava claro impedimento para o julgamento.

Em verdade, ao proferir o voto com o qual absolveu José Dirceu da imputação do crime de corrupção ativa, o ministro Dias Toffoli assumiu claramente a posição de seu advogado. Praticamente se esquecendo de que é ministro da Suprema Corte e estava julgando um réu, ele começou a defender de forma enfática a pessoa de José Dirceu. 

Não chegou a dizer que ele deveria ser canonizado, mas foi tão contundente nessa defesa que passou a olhar para os outros ministros, para ver se algum deles o apoiava - e ninguém sequer virou os olhos em sua direção. 

Seria preferível que Toffoli e Lewandowski tivessem externado o seu impedimento para julgar, o que rotineiramente ocorre quando o magistrado, por sua amizade ou ligação com uma das partes, não se sente absolutamente livre para o gesto soberano de prestar a jurisdição.

Declarar-se impedido não é feio nem incomum, não diminui o juiz e se dá com frequência na vida dos tribunais. Se eles se tivessem dado por impedidos, sem nenhuma dúvida teria sido muito melhor para ambos, porque não transpareceria na sua conduta a impressão de que estavam divididos entre a lealdade que devem à Nação e àqueles que os nomearam.

Em verdade, a sua lealdade deveria ser exclusivamente à Nação. 

A clareza do sentimento nacional de justiça, nesse caso tão emblemático, exigia dos julgadores um comportamento compatível e com a grandeza que a grande maioria esperava: a condenação exemplar dos culpados.

Por mais que os dois ministros divergentes possam jurar, até ao pé da cruz, que a absolvição de José Dirceu e outros decorreu unicamente de suas convicções jurídicas, será muito difícil encontrar alguém que acredite nisso. A ideia que prevaleceu é a oposta - e isso é lamentável, por envolver o mais importante tribunal do País, agora, aliás, fortalecido aos olhos de todos pelo exemplo do julgamento.

E mais: 
o fato de absolverem Dirceu e outros, ao fundamento da inexistência de provas, soa como uma censura aos demais ministros, os quais as consideraram suficientes. Inferiorizados nessa posição, dado o maciço predomínio do entendimento em contrário, levarão para as respectivas biografias um dado sombrio, que teria sido evitado caso optassem por se julgar impedidos.

No caso particular de Lewandowski, cada vez que, durante as votações, ele externava os seus argumentos pela absolvição, acabava agindo como se estivesse a se explicar aos brasileiros por que procedia daquela maneira. Seus gestos, sua expressão, ao julgar, exprimiam constrangimento, e não a firmeza dos demais julgadores que optavam pelas condenações.

Em verdade, quando julga, o magistrado não deve externar emoção alguma. Conforme deixaram claro o presidente da Corte, Carlos Ayres Brito, e o ministro Cezar Peluso - este em seu último voto como magistrado -, não há ódio na decisão que condena, e isso é o que realmente ocorre no cotidiano de quem julga. Uma expressão absolutamente neutra é a mais compatível para quem condena ou absolve.

A lealdade aos companheiros constitui traço de caráter merecedor de admiração nas relações humanas, mas não quando envolve a figura do juiz, porque este, sendo praticamente um escravo da lei e do Direito, não pode ficar dividido entre o que a Nação e os amigos dele esperam.

Enfim, externar lealdade aos companheiros no momento em que presta a jurisdição serve para demonstrar que o juiz não deveria estar ali a exercê-la, ou seja, fica aparente até mesmo o erro no ato de quem o escolheu. 

Ressalte-se, a propósito, que outros ministros nomeados pelo ex-presidente Lula exerceram a tarefa de julgar com absoluta independência e se mostraram sensíveis ao sentimento nacional de justiça nesse processo tão emblemático.

Será mesmo muito difícil para os brasileiros admitir que os dois ministros optaram pela absolvição por motivos tão somente jurídicos, sobretudo porque as suas posições estão em choque com o entendimento da maioria. 

Por mais que Lewandowski e Toffoli possam argumentar que manifestaram exclusivamente um entendimento jurídico divergente, sempre ficará a ideia de que estavam pagando o favor da nomeação. 

Isso é péssimo para o Supremo Tribunal Federal e, especialmente, para eles.

Aloísio de Toledo César O Estado de S. Paulo