"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 26, 2012

STF ASSENHOREADO ! "o petismo poderá assegurar o controle do Estado, independentemente da vontade dos eleitores."E NÓS CORREMOS O RISCO DE VERMOS OS VELHACOS CADA VEZ MAIS PODEROSOS.

No julgamento do mensalão o Supremo Tribunal Federal (STF) está decidindo a sua sorte.
Mas não só:
estará decidindo também a sorte da democracia brasileira.
A Corte deve servir de exemplo não só para o restante do Poder Judiciário, mas para todo cidadão.

O que estamos assistindo, contudo, é a um triste espetáculo marcado pela desorganização, pelo desrespeito entre seus membros, pela prolixidade das intervenções dos juízes e por manobras jurídicas.

Diferentemente do que ocorreu em 2007, quando do recebimento do Inquérito 2.245 - que se transformou na Ação Penal 470 -, o presidente Carlos Ayres Britto deixou de organizar reuniões administrativas preparatórias, que facilitariam o bom andamento dos trabalhos.

Assim, tudo passou a ser decidido no calor da hora, sem que tenha havido um planejamento minimamente aceitável.

Essa insegurança transformou o processo numa arena de disputa política e aumentou, desnecessariamente, a temperatura dos debates.

Desde o primeiro dia, quando toda uma sessão do Supremo foi ocupada por uma simples questão de ordem, já se sinalizou que o julgamento seria tumultuado. Isso porque não interessava aos petistas que fosse tomada uma decisão sobre o processo ainda neste ano.

Tudo porque haverá eleições municipais e o PT teme que a condenação dos mensaleiros possa ter algum tipo de influência no eleitorado mais politizado, principalmente nas grandes cidades.


São conhecidas as pressões contra os ministros do STF lideradas por Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente agiu de forma indigna. Se estivesse no exercício do cargo, como bem disse o ministro Celso de Mello, seria caso de abertura de um processo de impeachment.
A lentidão do julgamento reforça ainda mais a péssima imagem do Judiciário. Quando o juiz não consegue apresentar brevemente um simples voto, está sinalizando para o grande público que é melhor evitar procurar aquela instância de poder.

O desprezo pela Justiça enfraquece a consolidação da democracia.
Quando não se entende a linguagem dos juízes, também é um mau sinal.


No momento em que observa que um processo acaba se estendendo por anos e anos - sempre havendo algum recurso postergando a decisão final - a descrença toma conta do cidadão.

Os ministros mais antigos deveriam dar o exemplo.
Teriam de tomar a iniciativa de ordenar o julgamento, diminuir a tensão entre os pares, possibilitar a apreciação serena dos argumentos da acusação e da defesa, garantindo que a Corte possa apreciar o processo e julgá-lo sem delongas.

Afinal, se a Ação Penal 470 tem enorme importância, o STF julga por ano 130 mil processos.
E no ritmo em que está indo o julgamento é possível estimar - fazendo uma média desde a apresentação de uma pequena parcela do voto do ministro Joaquim Barbosa -, sendo otimista, que deverá terminar no final de outubro.

Esse julgamento pode abrir uma nova era na jovem democracia brasileira, tão enfraquecida pelos sucessivos escândalos de corrupção. A punição exemplar dos mensaleiros serviria como um sinal de alerta de que a impunidade está com os dias contados.

Não é possível considerarmos absolutamente natural que a corrupção chegue até a antessala presidencial.
Que malotes de dinheiro público sejam instrumento de "convencimento" político.

Que uma campanha presidencial - como a de Lula, em 2002 - seja paga com dinheiro de origem desconhecida e no exterior, como foi revelado na CPMI dos Correios e reafirmado na Ação Penal 470.


A estratégia do PT é tentar emparedar o tribunal.
Basta observar a ofensiva na internet montada para pressionar os ministros.

O PT tem uma vertente que o aproxima dos regimes ditatoriais e, consequentemente, tem enorme dificuldade de conviver com qualquer discurso que se oponha às suas práticas.

Considera o equilíbrio e o respeito entre os três Poderes um resquício do que chama de democracia burguesa.


Se o STF não condenar o núcleo político da "sofisticada organização criminosa", como bem definiu a Procuradoria-Geral da República, e desviar as punições para os réus considerados politicamente pouco relevantes, estará reforçando essa linha política.

Porém, como no Brasil o que é ruim sempre pode piorar, com as duas aposentadorias previstas - dos ministros Cezar Peluso, em setembro, e Ayres Britto, em novembro - o STF vai caminhar para ser uma Corte petista.

Mais ainda porque pode ocorrer, por sua própria iniciativa, a aposentadoria do ministro Celso de Mello. Haverá, portanto, mais três ministros de extrema confiança do partido - em sã consciência, ninguém imagina que serão designados ministros que tenham um percurso profissional distante do lulopetismo.
Porque desta vez a liderança petista deve escolher com muito cuidado os indicados para a Suprema Corte. Quer evitar "traição", que é a forma como denomina o juiz que deseja votar segundo a sua consciência, e não como delegado do partido.

Em outras palavras, o STF corre perigo.
E isso é inaceitável.

Precisamos de uma Suprema Corte absolutamente independente.
Se, como é sabido, cabe ao presidente da República a escolha dos ministros, sua aprovação é prerrogativa do Senado. E aí mora um dos problemas.

Os senadores não sabatinam os indicados.
A aprovação é considerada automática.
A sessão acaba se transformando numa homenagem aos escolhidos, que antes da sabatina já são considerados nomeados.

Poderemos ter nas duas próximas décadas, independentemente de que partido detenha o Poder Executivo, um controle petista do Estado brasileiro por intermédio do STF, que poderá agir engessando as ações do presidente da República.


Dessa forma - e estamos trabalhando no terreno das hipóteses - o petismo poderá assegurar o controle do Estado, independentemente da vontade dos eleitores.
E como estamos na América Latina, é bom não duvidar.


Marco Antonio Villa/O STF corre perigo.

E NO brasil maravilha ... BC e MP investigam o Schahin, 4º banco quebrado com fraudes em dois anos(5 INSTITUIÇÕES).

Um ano depois da venda do banco Schahin para o BMG, começa a vir à tona mais um escândalo no sistema financeiro.

O Schahin tinha um rombo de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, resultado de fraudes e outras irregularidades semelhantes às do Panamericano e do Cruzeiro do Sul.

O caso está sendo investigado pelo Banco Central, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.


O banco pertencia à família Schahin, dona de um tradicional grupo empresarial brasileiro, com atuação em várias áreas e contratos bilionários com a Petrobrás. Era uma instituição de pequeno porte, desconhecida do grande público, com foco em crédito consignado e no financiamento de veículos usados.

Segundo a apuração do BC, a instituição mentia sobre seus números. Inflava os balanços com créditos duvidosos para esconder suas dificuldades e fingir que era saudável. Além disso, concedia empréstimos a empresas do mesmo grupo, o que é proibido.

O balanço fechado em julho de 2011, já após a venda para o BMG, apontou um patrimônio líquido negativo de R$ 1,3 bilhão. Muito diferente dos R$ 229 milhões positivos apresentados ao público em março do mesmo ano, quando a instituição ainda pertencia ao grupo Schahin.

Com esse roteiro, tornou-se a quinta instituição financeira de pequeno e médio porte a quebrar em menos de dois anos no País. As apurações do BC mostraram que ao menos quatro delas eram ninhos de fraudes e outras irregularidades: Panamericano, Morada, Cruzeiro do Sul e o próprio Schahin.

O BC abriu um processo administrativo para apurar as responsabilidades. Os ex-controladores do Schahin apresentaram defesa. Ainda não houve conclusão, mas o BC já fez ao menos duas comunicações ao Ministério Público Federal em São Paulo.

A primeira é de maio.
No documento, o BC comunica que seu departamento de supervisão verificou a existência de irregularidades no Schahin.
O BC aponta "consistente elevação de resultados mediante operações simuladas, registros de ativos insubsistentes, demonstrações contábeis não fidedignas, abstenção de providência no interesse da instituição financeira e concessão de empréstimo vedado".

A documentação foi remetida pelo MP à Polícia Federal.


A segunda comunicação chegou ao MP em 13 de agosto e trata especificamente dos auditores responsáveis pelos balanços do Schahin. Essa mesma correspondência foi enviada pelo BC ao Conselho Federal de Contabilidade, que está apurando o caso.

Os ex-controladores do banco Schahin não quiseram se manifestar. Enviaram uma nota, na qual afirmam que têm divergências "quanto ao entendimento do Banco Central" sobre as operações sob suspeita e desconhecem qualquer apuração do Ministério Público e da PF. Procurados, o BC e o Ministério Público não se pronunciaram.

David Friedlander e Leandro Modé, O Estado de S. Paulo

CADÊ O brasil maravilha "putência" da gerentona fajuta? NINGUÉM SABE OU VIU? ENTÃO... BRASIL REAL : Brasil é o lanterninha do Bric em patentes. País obteve só 215 registros no ano. China teve 3.174

Os esforços feitos pelo governo e o setor privado para incentivar a inovação tecnológica no Brasil ainda não foram suficientes para o país acompanhar emergentes como Índia e China quando o assunto é o registro de invenções ou processos produtivos nos escritórios internacionais de patentes.

Comparado às outras nações do Bric
(grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China),
o país fica na lanterna.

Um estudo comparativo baseado em registros de patentes, feito pelo escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello, especializado em propriedade intelectual, revela que, em 2011,
o United States Patent and Trademark Office (USPTO,
escritório americano de patentes)
concedeu 215 pedidos ao Brasil,
contra 3.174 para a China,
1.234 para a Índia
e 298 para a Rússia.


A comparação não inclui a África do Sul, que só entrou para o grupo no primeiro semestre de 2011, a convite da China.


Os EUA são considerados o termômetro da inovação tecnológica global. Nos últimos cinco anos, a China obteve do país 9.483 patentes; a Índia, 4.191; e a Rússia, 1.123. Nesse mesmo período, o Brasil conseguiu apenas 684 patentes.

Luiz Edgard Montaury Pimenta, um dos autores do estudo, explica que isso se deve, entre outras razões, à ausência de uma cultura do empresariado brasileiro de proteger suas invenções e, principalmente, à falta de pessoal no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi).

A instituição leva até dez anos para dar uma patente. Quanto mais inovador o produto ou a etapa de produção, mais lento o exame.


- Também há grande desinformação - diz Pimenta.

Dados do Inpi mostram quão deficiente é a estrutura brasileira. O instituto tem apenas 273 examinadores. São 3.698 pessoas na Europa, 1.567 no Japão e 5.477 nos EUA.

O diretor de Patentes do Inpi, Júlio César Moreira, diz que o órgão fará concurso público para contratar 700 funcionários até 2015. E que o governo não quer competir com o Bric, e sim trabalhar em conjunto:

- Nos Bric, temos problemas e soluções semelhantes.

Quando se medem as taxas de crescimento dos pedidos de registros, porém, o Brasil aparece à frente de EUA e Alemanha. O volume de pedidos pelo Brasil no sistema global cresceu 108,8% nos últimos seis anos. No período, os alemães solicitaram 17,8% a mais; e os americanos, 4,4%.

Paulo Coutinho, gerente de inovação da Braskem, que detém quase 500 patentes, concorda que a taxa de crescimento do Brasil é alta, mas poderia ser maior. E acrescenta que o conhecimento científico não é aplicado como deveria:

- Tem um pouco a questão cultural e a necessidade de maior aproximação entre empresas e universidades.

Coordenador de uma equipe de inventores da Universidade de Brasília (UnB), que descobriu novas propriedades de uso para o óleo de açaí, o pesquisador Ricardo Bentes diz que pedir registro de patente no exterior tem gastos elevados pela necessidade de contratar um escritório estrangeiro para tratar dos trâmites.

Eliane Oliveira O Globo

Rural na mira do Supremo : Para relator, Rural omitiu beneficiários do mensalão


Próximos alvos da análise do voto do ministro relator Joaquim Barbosa no julgamento do mensalão, ex-dirigentes do Banco Rural têm motivos para se preocupar.

Em seus primeiros votos, Barbosa já reconheceu que os saques em dinheiro entre 2003 e 2004 feitos no banco foram realizados de forma a se omitir os verdadeiros beneficiários dos recursos. E isso é lavagem de dinheiro.

Mantido o entendimento em relação ao tema, o relator compromete os então executivos do banco, cuja suspeita de gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro será apreciada assim que acabar a votação do item 3 da denúncia contra o deputado João Paulo Cunha (PT), o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, Marcos Valério e seus sócios.

Documentos que constam na ação penal 470 mostram que o Rural informou ao Banco Central as movimentações suspeitas comandadas pelo cliente Marcos Valério.

Mas, mesmo avisados por Simone Vasconcelos e Geiza Dias (funcionárias da SMP&B) sobre quem eram os reais destinatários dos recursos, a instituição financeira informou aos órgãos de controle que se tratava de saque feito pela própria agência de publicidade, a título de pagamento de fornecedores.

A Carta Circular 3.098 do Banco Central, vigente à época, determinava que todos os saques acima de R$ 100 mil deveriam ser informados ao Sistema de Informações do BC. Os inferiores a R$ 100 mil também deveriam ser informados em caso de haver "indícios de ocultação ou dissimulação da movimentação".

Na norma - criada justamente para prevenir os crimes de lavagem - o Banco Central determinava que fossem informados não apenas o "beneficiário do dinheiro" como também a pessoa que estivesse efetuando o depósito ou retirada.

Esse trecho da legislação é omitido da reprodução da Carta Circular feita pelo assessoria do Banco Rural no hotsite criado especialmente para defender os executivos da instituição. No laudo 1.666/2007, os peritos da Polícia Federal atestam que o Rural não informou devidamente as autoridades públicas.

Para os peritos, como os "beneficiários dos valores não foram fornecedores ou a SMP&B, mas pessoas físicas por ela determinada", a forma de transferência teve como consequência a "ocultação do real beneficiário dos recursos".

O Rural alega que não via indícios de lavagem de dinheiro nos saques efetuados pelas empresas de Valério, em função das operações anteriores do cliente. Pela sua interpretação da legislação, o Rural entendia ser necessário informar apenas o CNPJ ou CPF do titular da conta sacada, e não da pessoa autorizada a fazer o saque.

Para a assessoria do banco, apenas uma legislação de dezembro de 2004, posterior aos fatos citados, teria tornado obrigatória a disponibilização desse dado pelas instituições financeiras.

Os advogados do Rural - entre eles o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos - insistem na tese de que, apesar de os dirigentes terem autorizado seguidas renovações dos empréstimos que abasteceram os repasses aos parlamentares, eles não estavam diretamente ligados às operações.

No entanto, o depoimento de Carlos Sanchez Godinho, ex-superintendente de compliance (garantia de respeito às normas vigentes) e responsável por garantir o cumprimento das normas legais e regulamentares do banco, compromete os réus do Rural.

Godinho atribui a eles a orientação para que não fossem incluídos em relatórios semestrais de controle interno e compliance as operações suspeitas do Rural para o PT e a SMP&B, que totalizaram R$ 32 milhões.

Segundo o ex-funcionário, os empréstimos concedidos e não liquidados e o excesso de saques em espécies caracterizavam indícios de lavagem de dinheiro e deveriam constar dos relatórios. De acordo com Godinho, não o foram por pressão de seus chefes, como Vinicius Samarane, seu superior hierárquico e réu no mensalão.

Outra circular do Banco Central, de número 2852, determinava que "operações cujo titular de conta apresente créditos ou débitos" que, "por sua habitualidade, valor e forma", configurassem "artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação do que se trata" deveriam ser registradas como suspeitas, o que não ocorreu, segundo o funcionário.

empréstimos incluídos no balanço

Há ainda outro ponto:
mesmo sem receber pelos empréstimos ao PT e à SMP&B, o Rural fez as operações constarem em seu balanço patrimonial de 2004 como resultado de receitas de operação de crédito.
Só em 2005, depois de intervenção do Banco Central, o Rural corrigiu o erro e refez o balanço, reconhecendo o não pagamento como perda na carteira.

Um ano antes, a relação do banco com o BC era das melhores, boa parte em função da atuação do então procurador da Fazenda Glênio Sabbad Guedes, que fazia parte do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, segunda instância de análise de punições impostas a instituições pelo BC e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo processo que corre atualmente na Justiça Federal do Rio de Janeiro, Guedes apresentou parecer favorável ao Rural no Conselho dias antes de receber R$ 367 mil da Tolentino & Melo Assessoria, empresa de Marcos Valério e Rogério Tolentino, os dois réus no mensalão.

A Polícia Federal apurou a origem dos recursos pagos a Guedes: um depósito de R$ 654 mil feito pelo Banco Rural à empresa de Valério e Tolentino, a título de "consultoria". Esses fatos só não entraram na ação penal do mensalão porque o Ministério Público Federal não havia reunido todas as provas contra os envolvidos até a apresentação da denúncia do mensalão.

O processo está em fase de oitiva de testemunhas.

garantia sem validade jurídica

Por meio da assessoria, o Rural disse "repudiar qualquer ilação quanto à denúncia do MPF". Alega que o banco não recebeu benefícios e diz que o processo em questão no Conselho seria extinto devido ao falecimento de José Augusto Dumont, um dos indiciados.

Outro item que os ministros terão de analisar diz respeito à apresentação de um contrato da DNA propaganda com o BB como garantia para que uma empresa de Valério (a Graffiti) recebesse empréstimo de R$ 10 milhões do Rural. Como o Banco do Brasil não autorizou que isso ocorresse, a garantia não tinha validade jurídica, de acordo com a Procuradoria Geral da República.

Para emprestar R$ 3 milhões ao PT, o Rural ignorou o caixa deficitário do partido (que chegava a R$ 20 milhões à época) e aceitou como avalistas o presidente do partido, José Genoino (com patrimônio de uma casa de R$ 120 mil), e o tesoureiro do partido, Delúbio Soares (com patrimônio de R$ 163 mil em conta e um Corolla financiado).

Por e-mail, a defesa do Rural insistiu na tese de que o contrato da empresa de Valério com o Banco do Brasil servia como garantia, mesmo sem a autorização do banco. Afirmou ainda que o empréstimo com o PT não apresentava riscos altos; o débito já teria sido pago.

Thiago Herdy O Globo


ENQUANTO ISSO NA REPÚBLICA TORPE... NA CASA DOS CANALHAS "MORTOS VIVOS" : Renan age para voltar ao "PUDÊ".

Cinco anos depois de renunciar à presidência do Senado para não ser cassado, o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), trabalha politicamente para pavimentar o retorno dele ao cargo.

Luta contra a desconfiança do Planalto e o incômodo do atual presidente, José Sarney (PMDB-AP), queixoso de que está com pouca força para fazer o sucessor.

Renan atua silenciosamente, distribui agrados aos colegas da bancada para, no momento em que julgar adequado, cobrar a gratidão daqueles a quem estendeu a mão nos momentos em que "estavam na chuva".

Dilma já disse pessoalmente a Renan que acha temerário o desejo dele de retornar ao posto de maior visibilidade do Senado. Não adiantou muito. O Planalto, então, começou a articular um plano B, a candidatura do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Senador respeitado entre seus pares, a indicação do maranhense serviria para agradar ao conterrâneo Sarney, permitindo que este permaneça dando as cartas, mesmo após deixar o comando oficial do Congresso.

A estratégia, contudo, esfarelou. Estimulados pela trupe renanzista, senadores fizeram chegar ao ouvidos da presidente que um nome "chancelado pelo Planalto" seria uma candidatura natimorta aos olhos da Casa. Sarney começou, então, a ficar desconfiado de que não conseguiria eleger Lobão e, ainda, perderia seu último bastião de poder no setor elétrico.

Dilma já colocou todos os técnicos que queria nas estatais Furnas, Eletronorte e Eletrobras, desalojando apadrinhados.


Mimos e cargos


Renan Calheiros, então começou a agir. Como líder da bancada, não trombou de frente com o novo líder do governo na Casa, Eduardo Braga (AM), responsável pela exoneração de Romero Jucá (RR) do cargo. Com isso, sedimentou a relação com um dos líderes do antigo G8, grupo de oposição à cúpula peemedebista dentro da bancada.

Aproveitou ainda para não deixar ao relento o sem cargo Jucá:
nomeou-o relator da Comissão Mista de Orçamento.

Renan passou a distribuir também relatorias de medidas provisórias para os descontentes e emplacou Vital do Rêgo na presidência da CPI do Cachoeira. Para conseguir a neutralidade na disputa de fevereiro, até o senador Roberto Requião (PR) foi enquadrado: ganhou a presidência da representação brasileira no Mercosul.

"Isso significa que Requião vai votar em Renan para presidente? Provavelmente não. Mas ficará constrangido em fazer campanha contra", explicou um analista dos meandros peemedebistas.

Oficialmente, Renan diz que não está fazendo campanha para nada. "As eleições só serão em fevereiro. A única coisa que ninguém contesta é que cabe à maior bancada o direito de indicar o presidente. Essa bancada é o PMDB", disse ele, acrescentando que "não existem mais divisões internas na legenda, como ocorria antigamente".

Mas, se a pressão contra for insuperável, poderá apoiar outro nome, alegando que, na prática, jamais pensou em voltar à Presidência da Casa.

"Não existem mais divisões internas na legenda, como ocorria antigamente"
Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado

PAULO DE TARSO LYRA Correio Braziliense

ENTRE, SÓ NÃO REPARE A BAGUNÇA. “Suspeitei desde o princípio!” ! E AGORA QUEM PODERÁ NOS SALVAR? DIRIA O SUPER-HERÓI CHAPOLIN : Melhor ficar em casa


Para os moradores das cidades sedes da Copa do Mundo, a disputa do torneio no Brasil, em 2014, será um bom convite para ficar em casa.
Culpa das dificuldades de mobilidade urbana enfrentadas nas principais capitais do país.

Boa parte dos problemas previstos desde 2007, quando a Fifa anunciou que o país sediaria o Mundial, não conseguirão ser contornados a tempo.

Os políticos ainda evitam confirmar oficialmente que serão decretados feriados municipais nos dias em que suas cidades receberem partidas da Copa do Mundo, mas a manobra, autorizada desde junho com a publicação da Lei Geral da Copa, será usada.

Retirar do trânsito parte da frota de carros deve ser a medida mais efetiva.


"Estamos vivendo um momento ímpar para mostrarmos planejamento. É só dar um feriado em dia de jogo, e os problemas de trânisto estarão resolvidos", minimizou o secretário especial da Copa no Ceará, Ferruccio Feitosa, que aceita falar abertamente sobre o tema.

Os pedidos para que a população permaneça em casa não seriam inéditos.
Londres, sede da última edição dos Jogos Olímpicos, teve engarrafamentos durante os 15 dias de competição. A situação só não foi pior porque o departamento de transportes da cidade recomendou que os cidadãos trabalhassem em casa durante a competição.


Também por iniciativa governamental, foi lançado um site para que os moradores planejassem suas rotinas de antemão. Uma companhia aérea local chegou a pedir aos ingleses que evitassem sair do país, a fim de não congestionarem os aeroportos.

No Brasil, as três esferas do governo planejaram obras essenciais para que a malha viária consiga receber 600 mil estrangeiros que devem desembarcar no país em 2014, conforme previsão do Ministério do Turismo.

Com a divulgação da Matriz de Responsabilidades, em janeiro de 2010, foi calculado um gasto de R$ 14,4 bilhões nessas construções e reformas, a maior parte delas destinadas a facilitar o trajeto entre aeroportos, setores hoteleiros e estádios.


Projetos cancelados

O que é bonito no papel, porém, não tem funcionado na prática. Das 54 obras planejadas, 29 enfrentam atrasos preocupantes. Além dessas, cinco acabaram canceladas porque não ficariam prontas a tempo. Entre as capitais mais preocupantes, está Brasília.

A importante reforma na rodovia que liga a Asa Sul ao Aeroporto JK ainda nem sequer começou.


Pior é a situação da prometida construção do veículo leve sobre trilhos (VLT).
Em maio do ano passado, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, prometeu que o VLT seria entregue antes da Copa do Mundo. Hoje, nem mesmo a nova licitação para as obras, paralisadas desde 2010, está aberta.

"Ainda estamos procurando em qual PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) ele se encaixa, para mantermos o financiamento", explicou o vice-governador do DF, Tadeu Filippelli.


Outras capitais também enfrentam sérios problemas.
Em Porto Alegre, sete obras ainda não iniciaram, a 655 dias da abertura da Copa do Mundo.

A situação é alarmante em Manaus, onde nenhuma das construções começou.


Os responsáveis nos dois estados preferiram não atender a reportagem para comentar o assunto.


BRAITNER MOREIRA Correio Braziliense


CAMUFLADOS/EXEMPLO DO NO PAPEL
Manaus :
ÔÔPAAAA ! QUEEEE BELEEEZAAAA...


Obra Monotrilho Manaus (8)

Obra Monotrilho Manaus (2)

Obra Monotrilho Manaus (3)Obra Monotrilho Manaus (4)Obra Monotrilho Manaus (7)Obra Monotrilho Manaus (5)Obra Monotrilho Manaus (6)

MENSALÃO. A HISTÓRIA DE DANEVITA, A AGORA EX-PETISTA QUE SE RECUSOU A PAGAR 60 MILHÕES DO BB AO PUBLICITÁRIO MARCOS VALÉRIO.

Saiba quem é e o que aconteceu com Danevita Ferreira de Magalhães, uma das principais testemunhas contra os envolvidos no Mensalão:
(Mensalão foi a roubalheira de dinheiro público que Lula disse que não existiu mas o relatório da Polícia Federal provou ser verdadeiro).

Danevita foi demitida e vive em casa de amigos. Lembram-se do prefeito Celso Daniel?
Coisas muito estranhas podem acontecer com gente teimosa.

Ex-petista, Danevita Ferreira de Magalhães era gerente do Núcleo de Mídia do Banco do Brasil quando, ainda em 2004, foi instada a participar de uma fraude para justificar a remessa de nada menos que 60 milhões de reais às arcas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o caixa-forte do mensalão.

Ela não se curvou à ordem. Por isso, foi demitida e viu sua vida virar de cabeça para baixo. Ameaçada de morte e vivendo de favor na casa de amigos, Danevita é agora uma testemunha-chave do Ministério Público Federal para provar que o mensalão foi abastecido, sim, com dinheiro publico.

Entre 1997 e 2004, Dane, como é carinhosamente chamada pelos poucos amigos que lhe restaram, coordenou o núcleo do Banco do Brasil que administrava os pagamentos às agências de publicidade contratadas para fazer a propaganda da instituição e de seus produtos. Por esse núcleo, formado por representantes das agências, passava todo o papelório necessário para liberar os mais de 180 milhões de reais gastos a cada ano nas campanhas publicitárias do banco.

Foi no momento de assinar um desses documentos que Danevita viu sua carreira desmoronar. O papel fugia completamente aos padrões. Tratava-se de uma ordem para chancelar um pagamento de 60 milhões de reais à DNA Propaganda, uma das empresas do mineiro Marcos Valério que abasteceram o mensalão.

Detalhe: o dinheiro já havia sido repassado para a DNA, e o documento só serviria para atestar, falsamente, a veiculação de uma campanha fictícia que nunca fora ao ar. Uma fraude completa.

A assinatura de Danevita era necessária para legitimar a operação. À Polícia Federal, ela disse que um dos diretores da DNA admitiu, na ocasião, que o serviço jamais seria prestado.

Ato contínuo à decisão de negar a assinatura que tanto valeria a Marcos Valério e ao esquema que já no ano seguinte ficaria conhecido como mensalão, veio a demissão. “Como não assinei, fui demitida”. (maio 2011)


LEIA A REPORTAGEM EM VEJA
veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Memória :

DINHEIRO PÚBLICO FOI USADO PARA ALIMENTAR A CORRUPÇÃO.

Além do envolvimento do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel com o Mensalão do PT, outro fato revelado por ISTOÉ repercutiu fortemente no Congresso:
a confirmação de que o dinheiro público foi usado para alimentar o esquema de corrupção.

Os documentos derrubam definitivamente a versão do PT de que a mesada paga aos políticos governistas foi sustentada por recursos oriundos de sobras de campanha. Na opinião de parlamentares da oposição, o depoimento da publicitária Danevita Ferreira de Magalhães à Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal muda o curso das investigações.

Ela revelou que o Banco do Brasil pagou R$ 60 milhões à empresa de publicidade DNA, de propriedade de Marcos Valério, por meio de uma campanha publicitária simulada do serviço Visa Electron. Com base nas evidências que constam do processo em curso no STF, o PSDB e o DEM decidiram reabrir a investigação do caso.

“A reportagem derruba de maneira cabal a argumentação de que aquilo era caixa 2 de campanha eleitoral. Era um amplo esquema para comprar uma parte do Congresso Nacional”, afirma o deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

A primeira iniciativa para reabrir as investigações do Mensalão do PT no Congresso foi tomada pelo ex-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Na semana passada, após reunião com a direção do PSDB, Fruet apresentou à presidência do Senado requerimento para que sejam solicitados documentos à Polícia Federal, à Receita e a outros órgãos sobre as providências adotadas a partir do relatório da CPI. “É impressionante.

Os documentos que estão no STF confirmam que eram contratos não executados para abastecer Valério com dinheiro público”, diz Fruet. “Os órgãos que receberam informações da CPI têm que manter o Congresso atualizado sobre o andamento dos processos.

Vamos tomar providências para investigar novamente esse caso”, acrescentou. Durante o período do Mensalão, a publicitária Danevita trabalhou no núcleo de mídia do Banco do Brasil. Depois de se recusar a assinar o plano de mídia BB/Visa Electron, que era uma campanha fictícia, a publicitária foi comunicada pelo gerente do BB Roberto Messias de que seria demitida.

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A OAB luta para impedir que o processo
do Mensalão caia no esquecimento

A partir da reportagem de ISTOÉ, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) ficou convencido de que a investigação no Brasil apresenta cada vez mais raízes no Exterior.

“Os extratos apresentados pelo Duda geraram muitos problemas em Nova York, pois os mesmos doleiros também faziam depósitos para presidentes da República, ministros e representantes de bancos centrais de países amigos.”

O deputado pode ter razão. Informações que chegaram ao ouvido de alguns parlamentares que fizeram parte da CPI dão conta de que autoridades que usaram o mesmo esquema de Duda no Exterior pertencem ao governo de Angola, na África.

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, defende punição rigorosa:
“Esse processo não pode cair no esquecimento e engrossar a fileira das impunidades neste país.”


Hugo Marquesleia/Isto É: