"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 14, 2012

R$ 20 bi na$ mão$ do Congre$$o


Há décadas o Congresso da República tem sido toldado por negras nuvens. Dos ' representantes do povo', póuquíssimos, realmente merecem ser assim considerados. Após eleitos, são meros representantes de seus pessoais interesses. Praticamente inoperante, legisla em causa própria, forma espécies várias de 'cartéis políticos' e é mestre em dominar seus conhecidos dotes histriônicos.

Às vésperas do recesso parlamentar, o governo federal tenta desarmar uma bomba-relógio que está sendo deixada pelo Congresso e poderá atrasar a injeção de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões no setor produtivo ainda este ano, segundo estimativas de técnicos da área econômica.

Duas medidas provisórias (563 e 564) consideradas fundamentais para ajudar a reativar a economia do país neste segundo semestre estão prestes a caducar na primeira semana de agosto, antes mesmo de passarem a valer.

Ambas fazem parte do Plano Brasil Maior, um dos cinco pacotes de medidas de estímulo à economia anunciados somente este ano pelo Executivo.

É a partir da implementação de todas as ações anunciadas até o mês passado que o governo pretende fazer a economia começar a crescer a 4% anualizados até o último trimestre do ano. Assim, seria possível fechar 2012 com uma expansão do PIB (soma de bens e serviços produzidos no país) de 2,5%.

O governo montou uma força-tarefa para convencer os parlamentares a votarem as MPs. A ideia é que, se não houver a votação no início da semana que vem, o Congresso Nacional será responsabilizado pelas perdas do setor produtivo brasileiro. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, procurou os principais líderes no Parlamento e cobrou pressa.

Coube ao ministro interino do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, fazer um apelo aos representantes da indústria nacional, para reforçar o lobby junto aos congressistas.

Exportações serão paralisadas

Segundo Teixeira, além das MPs, a não aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) será fatal para o comércio exterior brasileiro. Isso porque nela está prevista a liberação de recursos para a equalização das taxas de juros e o financiamento das vendas externas pelo Programa de Financiamento das Exportações (Proex).

As exportações serão totalmente paralisadas afirmou.

Teixeira enfatizou que, no caso das MPs, a não aprovação vai afetar diretamente o resultado do PIB industrial de 2012 e, provavelmente, de 2013. Isso porque há medidas importantes em jogo, como desoneração da folha de pagamento, recursos do BNDES, o regime automotivo e outros incentivos fiscais para estimular a economia, como quer a presidente Dilma Rousseff.

Acredito, sinceramente, no Congresso, que não vai deixar isso acontecer. Não há uma queda de braço entre governo e Congresso, pois se trata de uma questão que envolve a sociedade brasileira. O setor privado está muito nervoso e apreensivo com isso disse o ministro interino do Mdic.

Uma das consequências desse impasse foi a suspensão, pelo governo, de novos programas de estímulo ao setor produtivo. Um deles, o chamado carro verde, que prevê benefícios tributários para empresas que fabricarem automóveis não poluentes, seria anunciado na semana que vem.

O principal incentivo é a desoneração da folha de pagamento para 15 setores antes eram cinco, mas o governo decidiu expandir a lista. O impacto da ampliação este ano seria de R$ 2,4 bilhões e, em 2013, de R$ 4,7 bilhões. Em vez de uma contribuição previdenciária de 20% sobre a folha salarial, as empresas vão pagar uma alíquota de 1% a 2% sobre o faturamento.

Ao GLOBO, o secretário de Política Econômica da Fazenda, Marcio Holland, disse que a desoneração terá reflexo importante na economia:

A desoneração é um grande estímulo e deve garantir melhor capacidade de investimento para a indústria.

Alcides Leite, economista da Trevisan Escola de Negócios, considerou que a não aprovação das medidas pode prejudicar ainda mais o resultado da atividade econômica.

O cenário já está ruim com elas. Se não forem votadas, pode piorar.
São mudanças que sinalizam avanço e facilitam a vida das empresas.

As MPs preveem, ainda, o novo regime automotivo, a redução de juros para linhas do BNDES voltadas para investimento e a expansão da rede de banda larga, entre outros.

O texto também dispõe da ampliação do Reporto, programa federal que garante a isenção de impostos e contribuições para investimento em portos e rodovias, com impacto fiscal de R$ 186,3 milhões este ano e R$ 246 milhões em 2013.

Na quarta e na quinta-feira passadas, governo, oposição e partidos da base aliada não entraram em consenso sobre a liberação de recursos para o empenho das emendas parlamentares de deputados e senadores.

A oposição só aceita votar as medidas provisórias do Plano Brasil Maior e a LDO da qual depende o início do recesso parlamentar depois da confirmação do empenho das emendas.

O Globo

E NA nação da carinhosa(mente) ONDE O PIB FOI "DESTERRADO" : Cheques sem fundos disparam


Diante de um quadro de forte aperto orçamentário, muitos brasileiros não estão conseguindo honrar seus compromissos em dia. Com isso, o índice que mede o calote nos cheques atingiu, em junho, o nível mais alto em três anos. Sinal de que os estímulos dados ao consumo pelo governo estão gerando mais dívidas do que vendas.

Segundo levantamento divulgado ontem pela Serasa Experian, dos cheques emitidos no mês passado, 2,07% (20 por lote de mil) não tinham dinheiro suficiente em conta-corrente. Foi o pior resultado para o indicador desde junho de 2009, quando os documentos não compensados representaram 2,3% do total.

Naquele período, o mundo ainda lutava para superar a mais grave crise econômica desde 1929.

O nível de calote também é recorde quando levado em conta apenas os dados de Brasília. Na capital, de cada mil cheques emitidos em junho, 32 (3,2%) não tinham fundos. Há 11 anos, em 2001, as devoluções representavam 1,5% do total, ou 15 documentos devolvidos para cada mil que chegaram às câmaras de compensação.

Não à toa, o comércio está mais reticente em aceitar o cheque como instrumento de pagamento. O índice de calote tem deixado os empresários com prejuízos enormes, sobretudo nos postos de gasolina.

Na avaliação da Serasa, a elevada devolução de cheques é consequência do disseminado endividamento das famílias, que também passaram a ficar inadimplentes no crediário, no cheque especial e, principalmente, no cartão de crédito, cujas taxas chegam a 600% ao ano para aqueles que recorrem aos limites do rotativo.

"O aumento dos cheques sem fundos no primeiro semestre mostra que o consumidor se endividou, ampliou seu comprometimento de renda e perdeu o controle também nas compras parceladas com cheques pré-datados", explicou a empresa responsável pelo levantamento.

Banqueiro pede mais

A redução da taxa básica de juros (Selic) não será suficiente para sustentar um crescimento mais forte da economia. Foi o que garantiu ontem o banqueiro André Esteves, maior acionista e presidente do Banco BTG Pactual. Para ele, o Brasil precisará fazer um ajuste fiscal e reduzir impostos para assegurar um ritmo de expansão condizente com a sua posição de mercado emergente.

Segundo ele, juros baixos são um ingrediente importante para ajudar o país a crescer nos próximos10 anos. Isoladamente, porém, não são suficiente para tornar o país competitivo no mercado internacional. "É impossível disputar com países que pagam metade dos impostos que você", disse Esteves.

"Não adianta (o governo) dar incentivos, pois a indústria consome energia, spread bancário. A gente precisa endereçar o problema como um todo, não privilegiar um ou outro setor", acrescentou.

DECO BANCILLON Correio Braziliense

E NO brasil maravilha DOS TORPES : Rombo no Cruzeiro do Sul alcança R$ 2,5 bilhões Valor é o dobro do previsto pelo BC - e pode aumentar mais


O Banco Cruzeiro do Sul tem um rombo de pelo menos 2,5 bilhões de reais - o dobro do que o Banco Central (BC) imaginava quando decretou intervenção na instituição, no dia 4 de junho. A conta pode aumentar porque a apuração ainda não terminou.

O trabalho está sendo realizado pelo próprio BC, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers.

A situação pode inviabilizar uma solução de mercado para o Cruzeiro do Sul. A intenção do BC e do FGC é recuperar o banco e achar um comprador para evitar a liquidação. A expectativa era de que, encerrado o pente fino nas contas do banco, o buraco chegasse a R$ 1,8 bilhão.

Inicialmente, o BC estimou o rombo em 1,25 bilhão de reais, resultado da descoberta de fraudes contábeis concentradas em empréstimos consignados falsos.

O BC tinha detectado 300 mil operações como essas. O número cresceu e a conta já alcança cerca de 1,6 bilhão de reais. Os R$ 900 milhões restantes (para totalizar os 2,5 bilhões de reais) são consequência de ativos super avaliados, passivos tributários e provisões contra perdas de crédito inferiores às regras do BC, entre outros problemas.

Procurados, Banco Central, Fundo Garantidor de Créditos e PricewaterhouseCoopers não comentaram o assunto. Os controladores do Cruzeiro do Sul não foram localizados por sua assessoria de imprensa.

Rumores -
Nas últimas semanas, as ações do Cruzeiro do Sul tiveram altas expressivas, em meio a especulações de que a instituição poderia ser vendida após o encerramento da apuração. No acumulado de julho, os papéis preferenciais (PN) do banco saltaram 66,2%. Na sexta-feira, caíram 1,67%.

Títulos do Cruzeiro do Sul negociados no mercado internacional também dispararam nas últimas semanas.
Em alguns vencimentos, o papel subiu tanto que chegou a ser vendido a 65% do valor de face. No fim do mês passado, eram transacionados a 28% do valor de face.

Veja
(Com Agência Estado)

Para cuidar das crianças, a nada e coisa nenhuma, abandona a economia e deixa o PIB na orfandade


Injuriada com o atrevimento do Produto Interno Bruto de maio, que ignorou os avisos do governo e caiu 0,02% em relação a abril, Dilma Rousseff resolveu mostrar quem manda: desde ontem, pelo menos na cabeça da presidente da República, o PIB vale menos que a soma dos programas federais destinados a quem tem menos de 18 anos.

“Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e seus adolescentes, não é o Produto Interno Bruto”, desandou o neurônio solitário no ataque simultâneo à lógica e à gramática.

Alguém precisa avisar à presidente que, como


registra o comentário de 1 minuto para ste de VEJA, não se pode separar o inseparável. Governos que descuidam de um PIB com sintomas de anemia não terão dinheiro para cuidar de ninguém.

Se esquecer a economia em perigo e deixar o PIB no orfanato para cuidar das crianças, Dilma terá feito a opção pela insensatez. Com o agravamento da crise, muitos pais das crianças de Dilma perderão o emprego que os filhos não vão encontrar.

Desde 2003, os alquimistas do Brasil Maravilha têm induzido multidões abúlicas a enxergar tudo onde não existe nada.


Agora, os doutores em tapeação querem fazer de conta que a abertura de uma creche compensa o fechamento de qualquer fábrica.

Só conseguirão apressar a implosão do monumento ao embuste erguido ao longo dos últimos nove anos.

Transcrito do original de :

Augusto Nunes

A FORCA NA PERUCA DA "BOLA PRA FRENTE" DE DEMÓSTENES :Juristas veem com perplexidade retorno de Demóstenes ao MP


Ao reassumir o cargo de procurador do Ministério Público de Goiás, o ex-senador Demóstenes Torres causou perplexidade entre alguns juristas e representantes da sociedade. A coordenadora do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Jovita Rosa, lembrou que ele foi um importante articulador da aprovação da Lei da Ficha Limpa, motivo suficiente para constrangê-lo a assumir o papel de investigador, depois de perder o mandato pelo envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Ele foi um dos principais incentivadores na difícil tarefa de fazer a Ficha Limpa virar lei. Se ainda resta algum pingo de dignidade, Demóstenes deveria ser o primeiro a pedir licença da função de procurador afirmou Jovita.

A coordenadora do MCCE considera que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) tem o dever de adotar medidas que impeçam o exercício da função pelo ex-senador. E lembrou que, no caso do ex-procurador geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, acusado de envolvimento no escândalo do mensalão do DEM, em 2009, o CNMP agiu para tentar impedi-lo de atuar no MP do DF.

Agora, o CNMP deve agir e reagir a esse tipo de coisa. É inadmissível que alguém que enganou tanta gente, durante tanto tempo, agora exerça a função de investigador.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, Wadih Damous, avaliou que o processo disciplinar contra Demóstenes no MP será mais técnico que no Senado.

No Ministério Público haverá uma predominância de questões técnico-jurídicas, mas a situação do senhor Demóstenes é muito complicada lá, porque as imputações contra ele são muito graves.

Talvez mais difícil, porque como é que alguém com acusações contra si tão graves como o ex-senador Demóstenes vai exercer exatamente essas funções de investigação, de abertura de inquérito, de persecução criminal? questionou.