"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 18, 2012

EM REPÚBLICA DE TORPES, SOBRIEDADE, SIGNIFICA : "NÓIS I ELIS" . Temer diz que investigação deve ser pautada pela sobriedade.

O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta quarta-feira que a CPI Mista de Carlinhos Cachoeira não deve ser local de discussão política.

Para Temer, a investigação tem que ser pautada pela sobriedade.

A CPI, se se instalar, deverá agir com sobriedade, aquilo que cabe à CPI. Apurar fatos com muita sobriedade, com muita isenção, sem transformar a CPI num local de discussão política disse Temer, ao deixar o Hospital Sírio-Libanês, pela manhã, em São Paulo.

Temer visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava no hospital para uma sessão de fonoaudiologia, e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que se recupera de uma cirurgia cardíaca.

Segundo Temer, na conversa que tiveram Sarney não opinou sobre a CPI. Com Lula, o vice-presidente afirmou que também não tratou do assunto. Para Temer, o governo federal não entrou nessa história de CPI, nem a favor e nem contra.

Essa é uma matéria que cabe ao Congresso disse.
O vice-presidente alertou para a imprevisibilidade da CPI:

Sabemos que a CPI é sempre assim:
começa com um fato determinado, e depois de alguma maneira, se indetermina, se espalha.

O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) visitou Sarney no hospital. Segundo a assessoria de imprensa de Sarney, ambos tiveram uma conversa rápida, o teor não foi divulgado.

SOBRIEDADE(nóis) : Comedimento, parcimônia, reserva, moderação...

FMI: Piora da crise europeia pode tirar até 2 pontos do PIB brasileiro

Um novo repique da crise na zona do euro, com forte redução da exposição dos bancos e de liquidez para empréstimos, poderá ter consequências severas sobre o crescimento do Brasil, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI) na nova edição do "Relatório de Estabilidade Financeira Global".

Ao enfrentar uma fuga grande de capitais, o país poderá ver reduzida em até 2 pontos percentuais a taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2012 e 2013. Isso representa mais do que a metade da média de crescimento projetada pelo FMI para o país no biênio, de cerca de 3,5%, considerando-se a previsão de 3% em 2012 e 4,1% em 2013.

Este cenário não é hoje a principal aposta do FMI, que acredita que a zona do euro continuará num esforço paulatino de implementação de mudanças estruturais que restaurem a confiança dos mercados e recoloquem os países na rota de crescimento.

No entanto, o principal assessor para Assuntos Financeiros do Fundo, José Viñals, é categórico ao afirmar que o recrudescimento das turbulências na Europa, com consequências tão ou mais severas do que as observadas na quebra do Lehman Brothers em 2008, não tem como ser descartado.

É muito cedo para dizer que já saímos da crise, porque uma estabilidade duradoura ainda não está assegurada disse Viñals.

O exercício do FMI leva em consideração o saque de todos os capitais que entraram no Brasil entre 2009 e 2011 num período de três meses a magnitude do ocorrido depois da quebra do Lehman.

"Para um país como o Brasil, que recebeu uma quantidade muito grande de recursos estrangeiros neste período, o impacto sobre o crescimento pode ser de 2 pontos percentuais, ainda que haja elevado nível de reservas (internacionais) para cobrir necessidades de financiamento de curto e médio prazos", diz o documento.

O relatório do Fundo aponta que o Brasil foi um dos maiores recipientes de capitais estrangeiros entre 2009 e 2011, não só devido ao baixo retorno dos mercados ricos, mas pelas boas perspectivas da economia brasileira.

O país, como o conjunto dos mercados emergentes, reagiu bem às primeiras ondas de debandada de capitais externos, tanto no Lehman quanto no segundo semestre do ano passado, quando houve nova turbulência na Europa.

Mas um futuro colapso pode impor desafios maiores, devido a restrições domésticas.

As autoridades nos mercados emergentes não devem dar a estabilidade como garantida. Dados os riscos nas economias avançadas, podem ser necessários novas ações para amortecer choques externos e volatilidade de capitais.

Vulnerabilidades domésticas, como aquelas relacionadas ao rápido crescimento do crédito, precisam ser enfrentadas para aumentar a resistência explicou Viñals, que lista entre as ações medidas prudenciais, regulatórias e contracíclicas.

Nos casos do Brasil e da China, a principal preocupação do Fundo é com o crédito. Na segunda maior economia do mundo, isso refere-se à qualidade dos empréstimos na área imobiliária, especialmente à construção.

No mercado brasileiro, ainda que sem alarde, refere-se às altas taxas de expansão da concessão de financiamento, que levaram a aumento de 29,7 pontos percentuais na taxa de crédito como proporção do PIB entre dezembro de 2008 e o fim do ano passado.

"O rápido crescimento no crédito direto pelo BNDES ajudou a limitar o impacto do choque do Lehman na economia em 2009. Mas a expansão continuada das carteiras dos bancos públicos e privados já levou a um aumento dos financiamentos de baixa qualidade, principalmente para as famílias. Sob estas circunstâncias, a margem para usar o canal de crédito para limitar choques externos pode ser limitado", diz o relatório.

Viñals explica que o risco é que uma ação mais forte hoje dos emergentes nesta área possa levar a uma crise de crédito no futuro:
Períodos nos quais o crédito cresce muito rapidamente são indicativos de crédito ruim no futuro.

As autoridades devem ficar vigilantes para isso, devem assegurar que os bancos estão se preocupando com a qualidade dos créditos e fazendo provisões, que têm capital para fazer frente aos riscos que estão assumindo.

O Banco Mundial também alertou ontem que os riscos para a América Latina hoje são basicamente derivados de fuga de capitais o ingresso na região, no primeiro trimestre deste ano, foi 8 vezes superior, em média, ao do mesmo período de 2011.

A instituição vê o Brasil como uma das economias mais expostas na região à uma mudança de humor nos mercados financeiros e ao recrudescimento da crise na Europa, mas com grande capacidade de reação. O mesmo vale para choques de preços de commodities e da China.

O economista-chefe do Banco para a América Latina, Augusto de la Torre, lembra que o Brasil dispõe de um grande mercado interno, tem um sistema monetário forte, com metas de inflação, "ainda que se discuta se o objetivo (4,5% pelo IPCA) é o correto ou não", e boas condições fiscais, com baixo endividamento e um mercado doméstico de títulos públicos pronto a financiar o governo.

O Globo

CONFIRMADO ! SELIC/SPREADS/TX JUROS - Copom reduz juros para 9% ao ano


O Banco Central (BC) cortou os juros básicos da economia (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 9% ao ano, na reunião do colegiado realizada nesta quarta-feira.

A decisão foi unânime e era esperada por praticamente todos os analistas do mercado financeiro e aplicadores.

O Copom considera que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O Comitê nota, ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária, afirmou o colegiado, em comunicado divulgado ao final da reunião.

Em março, após acelerar o ritmo de corte, o Copom avisou que era alta a probabilidade de a taxa Selic se deslocar para patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizar:
o que foi entendido pelo mercado que ficaria no nível estabelecido nesta quarta-feira pelo BC.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está acumulada em 5,24% nos últimos 12 meses.

A previsão do BC é que o índice usado oficialmente pelo governo encerre o ano em 4,4%, portanto, abaixo da meta de 4,5%. Nas contas dos analistas, a taxa de juros real está abaixo de 4% ao ano.


Pelos dados recentes de inflação mais moderada que o esperado, o coordenador de Política Econômica do Conselho Federal de/TX JUROS :

O Globo

SAI A CRACOLÂNDIA E ENTRA O "INSTITUTO" DO "CRACA" CACHACEIRO E MENSALEIROS. POBRE BRASIL.Câmara/SP aprova cessão de área pública ao Instituto Lula

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, no fim da tarde desta quarta-feira, em primeira votação, o projeto de lei de autoria do prefeito Gilberto Kassab (PSD) que concede ao Instituto Lula, por 99 anos, uma área pública no centro da capital paulista onde hoje está localizada a Cracolândia.

No local será instalado um museu, batizado de Memorial da Democracia. A sessão da Casa foi marcada por tumulto e xingamentos. Um manifestante contrário à proposta acusou o vereador Roberto Tripoli (PV) de agressão.

Durante o debate, que durou mais de 2 horas, o clima esquentou. Tripoli, que é líder do governo na Casa, subiu até a galeria, onde estavam alguns manifestantes do movimento Revoltados Online, contrários ao projeto, e chegou a partir para cima do grupo.

Houve discussão e troca de ofensas. Um dos manifestantes disse que foi golpeado na boca pelo vereador. Tripoli, no entanto, nega a agressão e confirma que houve troca de xingamentos, apenas.

A confusão teve de ser apartada pela Polícia Militar (PM). Pouco antes do tumulto, os vereadores Carlos Apolinário (DEM) e Agnaldo Timóteo (PR) já tinham, em plenário, xingado os manifestantes, que gritaram durante a sessão.

O projeto foi aprovado com 37 votos a favor, 10 contra e uma abstenção e será, agora, encaminhado para uma segunda votação antes de sancionado pelo prefeito.

Pela proposta, a Prefeitura cederá um terreno de 4,3 mil metros quadrados localizado na Rua dos Protestantes, onde o Instituto Lula pretende erguer um museu, batizado de Memorial da Democracia, que abrigaria o acervo documental referente ao mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também ofereceria cursos para a população.

O Instituto Lula, segundo a Câmara Municipal, tem um ano para apresentar o projeto do edifício, a partir da aprovação da proposta do Executivo pela Casa, e mais um ano para iniciar as obras

O Globo

(cracas)

ACOORDAAA Lewandowski ! Data de julgamento do mensalão depende do ministro


Revisor do processo do mensalão, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), anda irritado com os colegas devido à pressão para que entregue logo seu voto à presidência da Corte. Antes disso, não é possível marcar o julgamento.

Na semana passada, no intervalo da sessão, Lewandowski foi tirar satisfações com Gilmar Mendes, que disse publicamente que o julgamento precisa ser realizado o quanto antes. Testemunhas dizem que o diálogo foi áspero. Nesta quarta-feira, em conversa com jornalistas, negou que seja alvo de pressões dos colegas.

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- Ninguém pressiona juiz do Supremo Tribunal Federal. Jamais ocorreu isso na história. Nem os próprios colegas têm condições ou teriam condições de pressionar outro colega. O juiz da Suprema Corte é absolutamente independente. A Constituição lhe garante isso - afirmou.

Perguntado se a briga com Gilmar realmente ocorreu, Lewandowski desconversou e não respondeu. A pressão não ocorre somente via imprensa. Há cerca de um mês, um ministro do STF conversou com o revisor do caso sobre a importância de incluir o processo na pauta o mais breve possível.

Desafiou-o, dizendo que ele não deveria agir como o coveiro do mensalão.

Na terça-feira, outro colega procurou Lewandowski para pedir que ele apronte seu voto ainda neste semestre. A resposta não teria sido muito animadora para o interlocutor.

Entre os ministros do STF, tem sido uma constante a ideia de que o processo deve ser julgado ainda neste semestre. Isso porque, no segundo semestre, haverá apenas dez ministros na Corte, com a aposentadoria de Cezar Peluso.

Também há a preocupação de não misturar o julgamento do mensalão, um processo que afeta diretamente a vida política do país, com o processo eleitoral, que se inicia em julho.

O processo foi aberto em agosto de 2007 para investigar se o mensalão realmente existiu. Segundo denúncia do Ministério Público, o governo federal pagava propina para parlamentares da base em troca de apoio em votações importantes.

São 38 réus acusados de crimes como formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato e corrupção.

O Globo

JURO EXPIATÓRIO - BECO SEM SAÍDA! GERENTONA E BUFÃO SEM "Software" PARA COPIAR...

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O Comitê de Política Monetária do Banco Central deve dar mais uma machadada nos juros hoje.
É positivo que a taxa continue em queda, mas o arsenal de medidas necessárias para ressuscitar a economia exige outras ações por parte do governo.


Os juros são hoje apenas parte do problema.


É quase unânime que a Selic cairá a 9% ao ano, a partir desta quarta-feira. Com isso, a taxa irá se aproximar de seu piso histórico, o que é ótimo.
Mas é igualmente verdade que o Brasil ainda continua descolado do resto do mundo neste quesito, cobrando juros muito acima da média.


Atualmente, o país desponta como vice-líder no ranking mundial de juros.
São 4,1% reais, isto é, já descontada a inflação, ao ano.
Com o possível corte previsto para hoje, cairíamos para 3,4%.
A líder Rússia cobra 4,2% e a média das 40 principais economias mundiais é de 0,6% negativo, segundo
levantamentoda Cruzeiro do Sul Corretora.

Como o próprio nome diz, a taxa básica é apenas uma referência de mercado.
Na prática, quem precisa recorrer às linhas das instituições financeiras paga valores muito mais salgados:
no cheque especial, nos cartões de crédito e no crédito ao consumo, são cerca de 300% ao ano e, em empréstimos para os negócios de menor porte, em torno de 60% anuais.


Por isso, nada mais simpático aos olhos da população do que lançar uma guerra sem precedentes à "ganância" dos bancos, como fez o governo nos últimos dias.

Eles foram transformados na Geni da vez, e justamente na hora em que a equipe econômica petista mais era cobrada pelos insucessos de sua política econômica. Coincidência?
Possivelmente, não.


É certo que os bancos não têm pendor para mocinho de cinema, mas não são os únicos a cometer vilanias. As taxas que cobram de seus clientes em suas operações de crédito também devem muito a penduricalhos e encargos determinados pelo próprio governo.

Segundo o Banco Central, o spread - diferença entre o que um banco paga a quem investe seu dinheiro lá e o que cobra de quem toma emprestado - no Brasil só é menor do que no Zimbabwe:
em fevereiro, por exemplo, os bancos pagaram, em média, 9,7% ao ano para obter recursos e emprestaram aos correntistas a uma taxa de 38%.


Desta diferença, um terço equivale especificamente à margem de ganhos dos bancos. Tudo o mais são despesas:
quase 22% são impostos cobrados pelo leão, sobretudo IOF e contribuição social; 29% devem-se à inadimplência; 13%, a custos administrativos e 4%, ao recolhimento compulsório ao BC de parte dos depósitos à vista.


Para baixar os juros, a única medida efetiva do governo até agora foi determinar que Banco do Brasil e Caixa cortassem imediatamente, e na marra, suas taxas.

Infelizmente, ao contrário do que apregoa a publicidade oficial, não será todo mundo que conseguirá dinheiro mais barato, como
comprovoua Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, logo depois dos anúncios, na semana passada.

Botar o bode dos juros na sala é oportuno para um governo que se vê às voltas com sérias dificuldades para animar a economia, como está acontecendo agora no país.

É preciso, sim, baixar as taxas, mas é igualmente necessário que se ataquem os gastos públicos, que se aumente a poupança e o investimento, que se melhorem as condições de competitividade.

Sem isso, vamos sempre esbarrar em limites, como a inflação.


"Ao fazer um apelo público aos bancos privados para que eles aumentem o volume de crédito, o governo menospreza o funcionamento do sistema financeiro brasileiro. Como se sabe, a limitação da oferta de crédito é imposta pelo próprio Banco Central, para evitar a disparada da inflação", avaliou a revista Época em sua edição desta semana.

A gestão Dilma Rousseff ainda não conseguiu promover ações objetivas em prol da melhoria da estrutura produtiva nacional. Suas tentativas são, muitas vezes, desconexas, voluntaristas, desfocadas ou, em alguns casos, crassamente equivocas e distorcidas - como o apelo ao protecionismo e a concessão de benefícios fiscais apenas a amigos do rei.

As barbeiragens cobram seu preço:
neste ano, a perspectiva é de que o Brasil cresça, novamente, abaixo da média global, regional e dos países emergentes, como
previu ontem o FMI.

Como tem sido a tônica desde os anos Lula, vamos, mais uma vez, ficar para trás.
E não vai adiantar o governo ficar apontando os culpados de sempre.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Juro expiatório

Bicheiro envia recados ao Congresso


De malas prontas para o presídio da Papuda, no Distrito Federal, Carlinhos Cachoeira é um homem pressionado que começa a mandar recados ao Congresso.

Ao longo da última semana, O GLOBO ouviu pessoas próximas ao bicheiro, que relatam a indignação de Cachoeira por ser tratado como o líder máximo de uma organização criminosa.


Cachoeira rejeitou proposta para ser beneficiado pela delação premiada. Porém, de acordo com o relato de familiares, pensaria em comparecer à CPMI, caso instalada, para responder às perguntas sobre o seu envolvimento com políticos de diferentes partidos.

Segundo os mesmos interlocutores, por ora, os políticos graúdos, "verdadeiramente amigos da família", não o abandonaram. Apesar do regime rigoroso no presídio de segurança máxima de Mossoró, Cachoeira recebe relatos sobre a evolução do noticiário.

A transferência do bicheiro para Brasília, prevista para ontem, deve ocorrer apenas entre hoje e amanhã. A advogada de Cachoeira, Dora Cavalcanti, diz que a defesa não referenda as "especulações" sobre o estado de ânimo do cliente.

- Ele está abalado fisicamente. Ele esteve doente, mas recebeu apenas soro - afirmou a advogada.

Roberto Maltchik O Globo

PETEBRAS : Agora, incêndio na sonda P-16 em Santos

Na última sexta-feira,13, ocorreu um incêndio na sonda de perfuração P-16 da Petrobras, na Bacia de Santos. Segundo a companhia, o incêndio ocorreu por volta das 17h10 no sistema de admissão de ar em um dos motogeradores.

A sonda estava realizando os trabalhos em um poço para produção no campo de Baúna, a 213 quilômetros da costa, na Bacia de Santos.

Segundo a Petrobras, o fogo foi debelado pela brigada de incêndio e o sistema auxiliar de energia foi acionado. A companhia informou que não houve feridos nem vazamentos.

A sonda e o poço se encontram em condições seguras, e as causas do acidente estão sendo apurados, assim como os danos materiais, segundo a empresa. A Petrobras disse ter comunicado o acidente às autoridades competentes.

O medo da CPI da 'Tia do PAC'

Materializou-se um pesadelo do comissariado petista. Foi ao ar o grampo em que o empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, diz:
"Se eu botar 30 milhões na mão de um político, eu sou convidado para coisa para c.... Pode ter certeza disso, te garanto".


A versão impressa dessa conversa surgiu em maio passado, numa reportagem da revista "Veja". Ela descrevia uma briga de empresários, na qual dois deles, sócios da Sygma Engenharia, desentenderam-se com Cavendish e acusavam-no de ter contratado os serviços da JD Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, para aproximar-se do poder petista.

A conta foi de R$ 20 mil.
À época, o senador Demóstenes Torres, hoje documentadamente vinculado a Carlinhos Cachoeira, informou que proporia uma acão conjunta da oposição para ouvir os três empreiteiros.

Deu em nada, como em nada deram inúmeras iniciativas semelhantes. Se houve o dedo de Cachoeira na denúncia dos empresários, não se sabe.


Diante do áudio, a Delta diz que tudo não passou de uma "bravata" de Cavendish. O doutor, contudo, mostrou que sabe se relacionar com o poder. Tem 22 mil funcionários e negócios com obras e serviços públicos em 23 Estados e na Capital.

No Rio de Janeiro, participa do consórcio da reforma do Maracanã. Seu diretor regional de Goiás era interlocutor frequente de Carlinhos Cachoeira. Na última eleição, Cavendish botou R$ 1,1 milhão no cofre do Comitê Nacional do PT e R$ 1,1 milhão no do PMDB.

Em ambos os casos as doações foram legais.
Em apenas quinze meses, durante o segundo mandato de Sérgio Cabral, de quem Cavendish é amigo, a Delta conseguiu contratos no valor de R$ 1,49 bilhão, R$ 148 milhões sem licitações. Suas contas com o PAC chegam a R$ 3,6 bilhões.


Talvez o comissariado petista pensasse que o grampo de 2009 seria sepultado. Seu erro foi, e continua sendo, acreditar que pode empurrar esse tipo de conta para mais tarde.

Se o comissário Ruy Falcão acreditou que a CPI em torno das atividades de Carlinhos Cachoeira exporia a "farsa do mensalão" (rótulo criado por Lula), enganou-se. O PT tem um encontro marcado com as malfeitorias de seu comissariado.

Desde 2004, quando apareceu o primeiro grampo de Cachoeira, no qual ele corrompia um servidor que se tornaria subchefe da Casa Civil, a questão é simples: corta na carne ou continua a contaminar o organismo.


O que o comissariado vem fazendo é mostrar-se poderoso o suficiente para dobrar as apostas. Tamanha é sua onipotência que há nele quem creia ser possível contaminar ministros do Supremo Tribunal Federal.

Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo e ex-ministro de Lula, condena a possibilidade de o ministro José Dias Toffoli vir a se declarar impedido de julgar o mensalão, mesmo tendo sido assessor do PT, da Casa Civil de José Dirceu e advogado-geral da União de Lula.

Nas suas palavras:
"Ele não tem esse direito." (O ministro Ricardo Lewandowsky, em cuja mesa está o processo do mensalão, pertence a uma próspera família de São Bernardo, em cuja Faculdade de Direito diplomou-se.)


Passaram-se sete anos do surgimento da palavra "mensalão" e o PT continua adiando a hora da faxina. Na semana passada os comissários flertaram com a ideia da criação de uma CPI que supunham letal para a oposição.

Em poucos dias, descobriram que estavam enganados.

Elio Gaspari O Globo