"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 18, 2011

E NO "DESGOVERNO" DA HIPOCRISIA : MANCOMUNAÇÃO, OS DESMEMORIADOS E DESONESTOS...


O Palácio do Planalto tornou-se ontem, mais que nunca, sócio cotista dos escândalos protagonizados por Carlos Lupi.

Se Dilma Rousseff ficou satisfeita com o desempenho do ministro do Trabalho em seu depoimento no Senado e está mesmo disposta a mantê-lo no cargo, é porque aceita de bom grado que mentir e beneficiar-se do dinheiro público são parte do jogo de poder.


Ontem, perante os senadores, Lupi se contradisse com o que afirmara na semana passada, quando negara que conhecesse um empresário beneficiado por repasses do seu ministério e que usara uma aeronave providenciada por ele.

Agora, já se sabe que o ministro conhece tanto Adair Meira, dono da ONG Pró-Cerrado, que até foi recebido em jantar na casa dele, em Goiânia, relata O Globo.

O pedetista justificou suas contradições dizendo que não tem "memória absoluta" e que, portanto, vive esquecendo as coisas.

Pelo que os jornais divulgam hoje, o gabinete presidencial ficou contente com as explicações do ministro, por ele ter sido "comedido" e ter evitado "enfrentamentos".

O Planalto parece não se importar com as mutretas do desmemoriado.

Vejamos aonde chegamos:
a torrente de escândalos é tão vasta que a mise-en-scène de um ministro passou a ser mais importante que seus atributos, suas qualidades, seu compromisso com o bem público.

No modo petista de vida, pode-se roubar, locupletar-se, mentir. Desde que se saia bonitinho na foto.

Não bastassem os malfeitos já conhecidos de Carlos Lupi, ontem, durante o depoimento dele no Senado, mais um veio à tona:
o ministro recebeu diárias pagas pelo Tesouro pela participação em eventos partidários do PDT no Maranhão.

Foi na mesma ocasião em que voou nas asas do King Air providenciado pelo empresário Meira.


Em dezembro de 2009, o ministro passou três dias no estado. No terceiro, um domingo, 13, não teve compromissos oficiais, mas sim um encontro partidário com pedetistas na cidade de Timon.

Mesmo assim, embolsou uma diária. No total, foram pagos R$ 1.736,90 por todo o período da estadia no Maranhão, de acordo com dados do Siafi.


Fuçando um pouco mais, deve ser possível encontrar mais dinheiro do contribuinte brasileiro que tenha ido parar indevidamente nos bolsos do ministro do Trabalho.

Segundo a Folha de S.Paulo, neste ano Lupi já recebeu R$ 33.422,55 em diárias. É comum ele passar os fins de semana no Rio, enfurnado em eventos partidários.

Embora a Comissão de Ética Pública da Presidência da República recomende que ministros divulguem seus compromissos oficiais nas páginas dos ministérios na internet, a agenda de Lupi disponível na web não permite verificar quais obrigações ele cumpriu nas datas em que recebeu as diárias.
Mas o uso indevido de recursos públicos por Lupi não para aí.
Vai muito mais além.

O Correio Braziliense revela hoje que o ministro tinha um motorista empregado pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT) do Rio à sua disposição quando estava no estado.

Motorista particular de Lupi há 10 anos, Felipe Augusto Garcia Pereira foi nomeado pelo ministro para um cargo comissionado de assessor técnico no órgão. Ganhava R$ 13,6 mil mensais para servir o presidente licenciado do PDT.

"Apesar de nomeado para a SRT, Felipe estava lotado no gabinete de Lupi no Rio de Janeiro, no 14º andar do prédio da superintendência regional. Ele continuou desempenhando o papel de motorista particular do ministro, à disposição de Lupi no Rio de Janeiro", informa o jornal.

"Estava sempre com o ministro quando ele ia ao Rio de Janeiro, dirigindo para ele. Trabalho há muitos anos com Lupi", admitiu o motorista ao Correio.

O superintendente regional do Trabalho no Rio, Antônio Henrique Albuquerque, também confirmou que Pereira ficava à disposição de Lupi quando o ministro estava no Rio.

Carlos Lupi é um ministro cujo dia de amanhã no cargo é sempre incerto.
No depoimento de ontem, dois dos três senadores do PDT pediram a sua saída; nenhum governista de peso compareceu à sala da Comissão de Assuntos Sociais do Senado.

Nada disso, porém, parece abalar a convicção da presidente da República, que estaria disposta a conceder ao ministro "sobrevida de tempo indeterminado" no cargo, segundo O Estado de S.Paulo.

Com a postura que assumiu no atual escândalo, Dilma Rousseff não deixa dúvidas quanto a que lado defende.

Sua sociedade com o "malfeito" foi definitivamente selada.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela

O TRIUNFO! "E O SOL DA IMPUNIDADE BRILHOU NO CÉU DA PÁTRIA NESTE INSTANTE".

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No mundo inteiro assiste-se ao triunfo da estupidez sobre o bom senso.
À esquerda e à direita, princípios éticos vão dando lugar ao vale-tudo.

No Brasil, corruptos de colarinho branco montam esquemas de desvio de dinheiro público, são flagrados, denunciados e já não sentem sequer vergonha.

Reagem debochando da sociedade.
Certos da impunidade, contam as mentiras mais cabeludas. São desmentidos por fatos, fotos, vídeos, recibos.
Mas nem assim coram.

Inventam outra lorota e riem-se de nós, os otários que trabalham e os sustentam pagando impostos. Aonde essa insustentável situação vai chegar?

Pobre Brasil. Depois de enxotar Collor do poder, imaginava-se novos tempos na política. Nunca que políticos ditos de esquerda se aliariam com a banda mais podre da direita e, juntos, protagonizariam a mais deslavada pilhagem dos cofres públicos de que se tem notícia na história do país.

Não que antes não houvesse corrupção.
Sempre houve e há quem diga que sempre haverá.

Mas os pilantras de antigamente pareciam se envergonhar quando a ladroagem vinha à tona. Antigamente, um flagrante de um ministro dizendo divulgar o que é bom e esconder o que era ruim já liquidava o sujeito.

Hoje, tudo mudou. Haja cara de pau. Haja casca grossa, como recomendou o doutor honoris causa dessa gente.

Em que lugar do mundo, um sujeito cassado pelo parlamento, apontado como chefe de quadrilha pelo procurador-geral da República e réu no Supremo Tribunal Federal teria encontros secretos com ministros de Estado num quarto de hotel e seria levado a sério ao dizer que a onda de denúncias contra corruptos amigos pode fazer mal ao país?
Só no Brasil, não é?

Sinto orgulho da meia dúzia de parlamentares que não se deixaram seduzir pelo dogma da "revolução pela corrupção". Não fosse o assalto cotidiano e sistemático ao erário, era possível ampliar a distribuição de renda no país, investir mais em educação, saúde e reduzir as desigualdades sociais.

A lenga-lenga de que se não deixar a "tchurma roubar" não se governa no Brasil é cascata. O que falta mesmo é vergonha na cara de certa "esquerda".

Quando vejo esse pessoal do dólar na cueca defendendo a censura à mídia, temo pelo futuro do país.

Quem vai gritar quando roubarem o leite das criancinhas?

Plácido Fernandes Vieira

PIB CAI, BRASIL ESTÁ EM ALTA E MAIS PERTO DA RECESSÃO...

A agência de classificação de risco Standard & Poor"s, que recentemente rebaixou os EUA, elevou a classificação da dívida de longo prazo do Brasil em um degrau:
de BBB- para BBB.

A notícia, um atestado de confiança no país para investidores externos, não poderia ter vindo em melhor hora: ocorreu justamente em meio ao agravamento da crise mundial e no mesmo dia em que o Banco Central revelou a retração de 0,32% na atividade da economia brasileira no terceiro trimestre do ano.

Economia encolhe 0,53% no terceiro trimestre e analistas não descartam nova queda do PIB nos últimos três meses do ano

Mesmo com o governo alardeando que o país está protegido, o Brasil vem pagando a fatura da caos financeiro que afunda a Europa.

No terceiro trimestre de 2011, a economia encolheu 0,3%, o que não ocorria desde o início de 2009, quando o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) recuou 2,40%, no auge da crise desencadeada pela quebra do banco norte-americano Lehman Brothers.

Para não repetir um desempenho negativo nos últimos meses do ano, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, decidiu bombar a economia com cortes na taxa básica de juros (Selic) e com medidas que impulsionam o crédito.

Ainda assim, predomina no mercado a descrença em relação ao último trimestre do ano e a perspectiva de uma recessão técnica (dois trimestres consecutivos de queda) começa a ganhar contornos de realidade.

No mercado futuro, a queda do PIB, captado pelo Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), foi vista como motivo para mais afrouxamento monetário e os principais contratos de juros derreteram, colocando mais uma vez no radar a possibilidade do BC reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom ), em 29 e 30 de novembro.

A preocupação dos analistas, entretanto, é que a retração do país, diferentemente do que desejava a equipe econômica, veio acompanhada por uma inflação que não cede.

Além de 2011, que vai fechar com a carestia colada ao teto da meta, de 6,5%, a perspectiva para 2012 e 2013 não é boa: uma taxa acima de 5% ao ano.
Inflação
Economistas que participaram do encontro trimestral que o Banco Central realiza com especialistas do mercado, alertaram para a preocupação com o custo de vida.

"Ninguém está tranquilo com a inflação. Realmente houve uma retração no terceiro trimestre, mas, com todos os estímulos dados, se não houver uma ruptura, como na crise de 2008, a retomada da economia brasileira em 2012 vai ser vigorosa até demais", ponderou um economista de um banco.

Já para Flávio Serrano, economista do Espírito Santo Investment Bank, o quadro é alarmante. "Estamos trocando um crescimento baixo, mas ligeiramente acima do que ele viria em condições normais, por inflação", lamentou.

Segundo ele, as medidas adotadas pelo BC nos últimos meses têm um tempo de defasagem e só serão sentidas na economia brasileira a partir do segundo trimestre de 2012.

Zeina Latiff, do Royal Bank of Scotland, explicou que, mesmo as medidas macroprudenciais do BC, que no passado impulsionaram o PIB, agora foram aplicadas em um contexto muito pior.

"Não quer dizer que vão ter o mesmo impacto positivo de antes. O processo de piora da economia mundial ainda não se consolidou", disse.

Na visão de Zeina, o risco para o quarto trimestre do ano é grande. "A indústria continua a patinar. Não ousaria arriscar um número, mas podemos dizer que será um PIB que anda de lado, tanto para o último trimestre quanto para o primeiro de 2011", observou.

"Temos ainda o risco de aprofundamento da crise, inclusive com revisões para baixo do crescimento da China, o que não é neutro para o Brasil. Não dá para dizer que o pior já passou."

O desempenho ruim do trimestre, pelos dados do IBC-Br, foi selado em agosto e setembro, no primeiro mês com uma queda de 0,53% e, no segundo, com uma expansão praticamente nula, de 0,02%.

O fraco desempenho da indústria, sobretudo da automotiva, foi o principal responsável pela queda da atividade econômica do período. O comércio também registrou ritmo fraco em agosto e setembro.
Carestia
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor — Semanal (IPC-S) acelerou em cinco capitais brasileiras na segunda semana de novembro.

De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), em Brasília — cidade que vinha sustentando a alta do indicador — a carestia desacelerou de 0,55% para 0,35%.
O Rio de Janeiro também apresentou inflação menor, de 0,25% para 0,22%.

Victor Martins Correio Braziliense