"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 18, 2011

TIME QUE ESTÁ PERDENDO.


Caiu ontem o quarto ministro do governo Dilma.
Assolado por denúncias de corrupção, tráfico de influência e atuação em franco desacordo com os padrões éticos, Wagner Rossi pediudemissão do cargo que ocupava desde março de 2010.

Só time que está perdendo é obrigado a mudar tanto em tão pouco tempo.


Em menos de oito meses de gestão, a saída de Rossi é a sexta mexida na Esplanada. Três delas decorreram de envolvimento em casos de corrupção: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e o próprio Rossi. Uma mudança (Nelson Jobim, da Defesa) resultou de desavenças com a presidente e outras duas de pura deficiência de desempenho (Luís Sérgio e Ideli Salvatti, que intercambiaram Relações Institucionais e Pesca).

Ou seja, decorridos 229 dias da atual gestão 15% dos 38 ministros já foram trocados. Sem falar no sem-número de exonerados por envolvimento em irregularidades. Que gerente eficiente é obrigada a demitir e a remontar tantas vezes sua equipe em tão curto espaço de tempo?

Dilma Rousseff foi apresentada ao eleitorado no ano passado como alguém que era pura competência no trato com as lides da administração pública. Rigorosa na escolha de auxiliares, eficiente na execução de tarefas e operosa na realização de obras e ações. A personagem vendida pelo competente marketing eleitoral petista ainda não debutou no governo.

O ministro mais importante da Esplanada - sempre apresentado como "de inteira confiança" da presidente - caiu por não poder explicar como seu patrimônio se multiplicou às dezenas num curtíssimo espaço de tempo. Coabitava o mesmo palácio da chefe. Os outros dois demitidos ocupavam pastas cruciais para o desenvolvimento do país: Transportes e Agricultura. Foram todos, pois, mal escolhidos pela presidente

No quesito realização, Dilma não tem o que mostrar até agora. Seu mais vistoso programa, o PAC, executou, até julho, apenas 7,8% do total de obras novas programadas para o ano, mesmo estando livres do bloqueio de gastos promovido no início do governo, como mostrou a (Folha de S.Paulo) no domingo.

Já a dita "faxina" de Dilma continua a reboque da imprensa e de uma ou outra investigação de órgãos de Estado, como a Polícia Federal. Há exatos dez dias, Rossi merecera do Planalto uma nota oficial de apoio, na qual a presidente manifestava "confiança" no subordinado - mesmo tratamento dispensado no início de julho a Alfredo Nascimento, que, dois dias depois, também saiu dos Transportes.

Alguns tentam ver nas substituições o afastamento de nomes impostos por Luiz Inácio Lula da Silva à atual presidente. Dilma estaria aproveitando para pôr gente sua para cuidar das pastas. Sob esta ótica, as demissões seriam, pois, convenientes a ela. Só crê nisso quem quer ser enganado.

A presidente aceitou de bom grado a herança que Lula lhe deixou. Mais que isso, ela foi, junto com o ex-presidente, arquiteta deste legado. O que veio de Lula é o mesmo que saiu de Dilma. Não há interrupções nesta linha contínua.

Se não fosse a revelação dos casos de corrupção, os ministros defenestrados estariam agora nos mesmíssimos cargos para os quais Dilma os nomeara em 1º de janeiro. Só por terem sido pegos com a boca na botija, a presidente teve de amargar a necessidade de afastá-los. Se não fosse isso, a palavra "faxina" não teria sido ouvida.

O que está se tornando regra na atual gestão é que ministros e altos dirigentes do governo ou são demitidos por envolvimento em corrupção ou são presos por ordem da Justiça. A gerente montou muito mal o seu time.

Fonte: ITV

E NO "GOVERNO"(seis/meia dúzia) DA GERENTONA/FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA HOJE "PRESIDENTA/DIARISTA" : Governo reduz viagens, mas gasta mais com papel .


Economia com diárias e passagens do Executivo é anulada por aumento de despesas com material de consumo

O aumento de gastos com material de consumo - como papel, cartuchos de impressora e café - anulou a economia obtida pela União nos sete primeiros meses de mandato da presidente Dilma Rousseff com o pagamento de diárias e passagens.

A redução em até 50% dos gastos com viagens foi uma das medidas anunciadas com o corte de R$ 50 bilhões nos gastos públicos em 2011. A economia faz parte do ajuste fiscal do governo, batizado de "consolidação fiscal". O objetivo seria melhorar a qualidade do gasto público.

Entre janeiro e julho de 2011, os pagamentos de passagens no Executivo caíram 46,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A economia de R$ 158,5 milhões, no entanto, é seis vezes menor que os R$ 937,5 milhões gastos a mais com material de consumo da União.

Os dados foram obtidos no Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais), pesquisados pela ONG Contas Abertas a pedido do Estado. Até o fechamento desta edição, horas, o Ministério do Planejamento não havia comentado os números.

No levantamento, o Estado isolou o pagamento de contas pendentes deixadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Considerando os gastos feitos e pagos neste ano, as despesas com viagens - apontadas como fonte de desperdício de dinheiro público pelo próprio governo federal - encolheram 43% em relação aos primeiros sete meses de 2010. No mesmo período, os pagamentos de material de consumo cresceram 27%, registra o Tesouro Nacional.

Outros poderes.
O esforço feito pelo Executivo para conter os gastos com viagens não foi acompanhado pelos demais Poderes. No Judiciário, os gastos com diárias e passagens cresceram 1,9% e 22,15%, respectivamente. Os aumentos foram puxados pela Justiça Federal e pela Justiça do Trabalho, mostra o Siafi.


No Executivo, o Ministério da Justiça foi um dos que mais cortou nos gastos com viagens, embora seja a pasta que ainda mais gasta com diárias e passagens. Em números absolutos, foi a equipe da ministra Miriam Belchior (Planejamento) quem mais reduziu os pagamentos com viagens, em cerca de R$ 52 milhões até julho.

O Poder Legislativo também reduziu gastos com viagens, sobretudo a Câmara. Mas o ritmo não é o mesmo da contenção imposta no Executivo.

O ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff, detalhado em fevereiro, previa corte de até 50% nos gastos com viagens da administração pública. Nas áreas de fiscalização, o corte seria menor, de 25%.

Marta Salomon O Estado de S. Paulo

Dilma, Patriota assina em teu nome!

O ditador Bashar Assad encontrou nos enviados do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) os bonecos de ventríloquo ideais para transmitir ao mundo a sua versão dos eventos sangrentos em curso na Síria.

O comunicado final da delegação, um dos documentos mais abjetos jamais firmados pelo Brasil, pinta o cenário de um regime engajado na sua reinvenção democrática, mas assediado pela violência de grupos armados opositores.

A assinatura brasileira converte Antônio Patriota em cúmplice de um Estado policial que se dedica à matança de sua população. Patriota, contudo, é funcionário de Dilma Rousseff. A assinatura dele é a dela.

O Itamaraty difunde a narrativa oficial síria, segundo a qual o derramamento de sangue se deve à violência de setores da oposição. Há nisso uma nota sinistra, só audível por quem conhece o passado recente da Síria. Refiro-me a Hama e a fevereiro de 1982.

Nessa cidade sunita operavam guerrilheiros islâmicos que combatiam o regime de Hafez Assad, pai de Bashar. Após uma emboscada dos rebeldes contra forças militares, o ditador ordenou o bombardeio de toda a cidade, por terra e ar. Num tempo anterior à internet e aos celulares, há escassas, mas pungentes, imagens do resultado.

No fim, Hama parecia as cidades alemãs extensivamente bombardeadas na guerra mundial. Um dos filhos do ditador supervisionou o ataque e se gabou de matar quase 40 mil pessoas, uma cifra confirmada pelas estimativas independentes.

Quando os escombros ainda ardiam, o governo vazou para a imprensa libanesa a notícia das dimensões da carnificina, enviando uma mensagem ao povo sírio. A mensagem foi decodificada, em muitos sentidos.

Até há pouco, aos murmúrios, os sírios se referiam ao massacre por meio de um sombrio eufemismo: "os incidentes de Hama". Agora, enfrentando munição real, os manifestantes voltam às ruas num ânimo quase suicida, pois sabem que só têm a alternativa de derrubar o regime.

Patriota deveria ter a decência de pensar duas vezes antes de colar o selo do Itamaraty sobre a versão de Damasco:
na linguagem dos Assad, a expressão "gangues terroristas" é a senha para aplicar a "lei de Hama". Além de tudo, a versão é falsa.

Em 17 de julho, uma conferência nacional de 450 líderes opositores, laicos e religiosos, conclamou à desobediência civil pacífica. O regime respondeu armando 30 mil milicianos da minoria alauita, a fim de reconfigurar o cenário como um conflito sectário.

Artilharia, tanques e navios alvejam Hama, Homs, Deir ez-Zor e Latakia. O saldo provisório já atinge 2 mil mortos. Líderes da tribo baqqara, de Deir ez-Zor, autorizaram o uso de armas contra incursões assassinas do Exército, de casa em casa, que não poupam crianças.

Vergonha:
o gesto desesperado de pessoas acuadas serve como o pretexto para Patriota reverberar a senha de uma ditadura inclemente. Pretexto é a palavra certa. O Itamaraty não se importa com os fatos: segue uma agenda ideológica.

A Constituição prescreve, no artigo 4.º, que o Brasil "rege-se, nas suas relações internacionais" pelo princípio da "prevalência dos direitos humanos". Dilma prometeu respeitar o artigo constitucional. O compromisso, expresso num voto contra o Irã, não resistiu a um outono.

Em março, a abstenção na resolução da ONU de intervenção na Líbia evidenciou uma oscilação. Em junho, a recusa da presidente em receber a dissidente iraniana Shirin Ebadi, Nobel da Paz, sinalizou o recuo.

Em 3 de agosto, a rejeição a uma condenação da Síria no Conselho de Segurança da ONU concluiu a restauração da política de Lula, Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia.


No seu desprezo inigualável pelo mandamento constitucional, o comunicado do Ibas equivale a uma celebração orgiástica da velha ordem. Num Roda Viva, da TV Cultura, indaguei a Celso Amorim sobre os motivos do governo para ignorar sistematicamente o artigo 4.º da Constituição.

O então ministro do Exterior retrucou invocando o princípio da autodeterminação dos povos e da não intervenção, contemplados no mesmo artigo, mas em posição inferior. A resposta vale tanto quanto as promessas reformistas de Assad.

Na verdade, como fica explícito num livro do ex-secretário-geral do Itamaraty Samuel Pinheiro Guimarães, a linha do governo deriva de uma curiosa tradução do objetivo de promover a "multipolaridade" nas relações internacionais.

"Multipolaridade", no idioma de nossa atual cúpula diplomática, exige a redução da influência global dos EUA - o que solicitaria o apoio brasileiro aos regimes antiamericanos, sejam eles quais forem.


A Turquia perdeu a paciência com a Síria e exigiu uma imediata retirada militar das cidades assediadas. Sob pressão popular, governos árabes condenam, sem meias palavras, a selvagem repressão.

O Egito alertou Damasco sobre a ultrapassagem de um "ponto de não retorno". Nas ruas do Cairo e de Beirute, manifestações pedem o isolamento de Assad.


Longe da região, irresponsável, alheio às obrigações assumidas pela comunidade internacional, o governo brasileiro converte-se num dos últimos bastiões de um Estado policial sanguinário.

Desse modo, numa única tacada, viola um elevado princípio constitucional da nossa democracia e agride o interesse nacional, afastando-nos da meta legítima de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. Não há muito a fazer.


A Comissão de Relações Exteriores do Senado é presidida por um neolulista chamado Fernando Collor. A oposição renunciou ao confronto político de ideias, limitando-se à pescaria de ocasião na lagoa pútrida da corrupção nos ministérios.

Os intelectuais de esquerda, sempre prontos a fulminar com os raios de sua fúria santa os desvios retóricos do editorial de um grande jornal, não produzem manifestos de contestação aos atos do lulopetismo - ainda mais se justificados pela doutrina do antiamericanismo.

Resta escrever:
atenção, Dilma, Patriota assina em teu nome!

Demétrio Magnoli O Estado de S. Paulo

PIB do país cai pela 1ª vez desde 2008 e inflação ainda chegará a 7%.

A economia brasileira já sentiu o baque das turbulências que atormentam o mundo. Em junho, pela primeira vez desde o auge da crise de 2008, o país pisou no freio e acendeu o sinal de alerta no governo.

O indicador de atividade medido pelo Banco Central (IBC-Br) registrou queda de 0,26%, o que reforçou as apostas de que a instituição manterá a taxa básica de juros (Selic) em 12,50% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para o fim deste mês.

Pelos cálculos do BC, antes dessa retração, em dezembro de 2008, com a produção e o consumo no atoleiro, o país havia encolhidoo tombo foi de 4,4%.


A fraqueza econômica registrada pelo BC teve reflexos imediatos sobre o mercado financeiro. As taxas dos contratos de juros futuros (nos quais os investidores tentam garantir ganhos com possíveis oscilações da Selic) derreteram, a ponto de indicarem a possibilidade de a autoridade monetária promover cortes nos juros básicos ainda neste ano.

Esse sentimento foi reforçado pelas perspectivas de uma atividade global mais fraca, devido às dificuldades dos Estados Unidos e da Europa de se livrarem da ameaça da recessão.

As estimativas, agora, são de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechará este ano com expansão entre 3% e 3,5%uma decepção, no entender do Palácio do Planalto.


"Há todo um cenário apontando um vigor menor na economia mundial. E, mesmo estando mais forte para enfrentar as turbulências externas, o Brasil não deverá escapar de uma desaceleração caso as coisas lá fora piorem", disse Henrique de la Rocque, operadores de renda fixa e de derivativos da Brasif Gestão.
"A implicação para a política monetária (do resultado de junho) é direta.

O ritmo menor da atividade e os riscos de baixa no crescimento, por causa dos choques globais, elevam a perspectiva de que, na reunião de agosto, o Copom não aumente a taxa de juros", afirmou o economista Paulo Leme, chefe do Departamento de Pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs.

Dentro do BC, a percepção é de que, com a economia mais fraca, a inflação convergirá rapidamente para o centro da meta, de 4,5%, em 2012.


Famílias endividadas

Na opinião dos especialistas, a retração da atividade em junho decorreu da menor produção industrial, que vem sofrendo com a competição dos importados, como no segmento de bicicletas, e do tímido crescimento do varejo.

"A leitura fraca (do indicador do BC) aumenta as preocupações de que a economia brasileira pode estar desacelerando mais rápido que o esperado, conforme sinalizado pela queda na produção industrial em junho e pelo modesto salto das vendas do varejo", afirmou Marcelo Salomon, economista do departamento de pesquisas do Barclays Capital.


Para Lia Valls, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), a queda da atividade computada pelo BC também foi influenciada pelo ritmo menor de consumo das famílias, bastante endividadas.

"Em uma sondagem recente que fizemos, o consumo, mesmo em um nível ainda favorável, registrou baixa. Além disso, os investimentos produtivos estão com perspectivas desfavoráveis", relatou.

No segundo trimestre, o indicador de atividade do BC não ficou negativo, mas registrou avanço mais moderado, de 0,7%, ante os primeiros três meses. No ano, a economia acumula alta de 3,74%.


Na visão de Eduardo Velho, apesar dos números ruins e das perspectivas sombrias para a economia global, ainda é prematuro dizer que o Brasil caminha para a recessão.

"Não é correto afirmar isso. O nível atual da atividade representou aumento de 3,9% em relação a junho do ano passado. E mais: no ápice da crise internacional de 2008, ocorreu uma contração do indicador do BC por três meses consecutivos, entre outubro e dezembro", argumentou.

A seu ver, a desaceleração prosseguirá nos próximos meses até que o PIB encerre este ano com alta de apenas 3,22%.


Inflação ainda chegará a 7%

A inflação acumulada em 12 meses deverá bater em 7% em agosto antes de cair até o centro da meta de 4,5% ao longo de 2012.

A previsão foi feita ontem pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, durante conversa com parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

Por isso, segundo ele, não há possibilidade de redução das taxas de juros a curto prazo. Para Hamilton, mesmo com a forte desaceleração econômica na Zona do Euro e os Estados Unidos à beira de uma recessão, o BC não pode descuidar da inflação doméstica, que demonstra bastante força.

No encontro, fechado à imprensa, os deputados falaram mais do que ouviram, o que deixou vários deles irritados com o diretor do BC.
Nas poucas vezes em que se manifestou, Hamilton ressaltou que os EUA sofrem por problemas políticos, mas que não cabia a ele fazer comentários sobre aquele país.

Victor Martins Correio Braziliense

Apple vs. Android


A notícia de que uma empresa .com comprou uma das gigantes da telefonia do mundo real — e que já foi a maior do setor — surpreendeu o mercado na última segunda-feira, quando a Google anunciou a aquisição da Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões.

Em 1995, quando a web começou a existir oficialmente no Brasil, lembro que as poucas .com eram apenas boas promessas de negócios.
A Google, por exemplo, nem sequer existia.


Agora, no horizonte, mais um grande duelo no mercado de telefonia e internet começa a se delinear:
Apple versus Google .
A disputa deve trazer várias mudanças no tabuleiro do mercado de telefonia mundial, em função do fortalecimento do Android.

Hoje, é o sistema operacional para smartphones que mais cresce no mundo, com 39 fabricantes e 231 operadoras em 123 países e mais de 150 milhões de aparelhos vendidos. Com ele, empresa de Mountain View agora tem bala na agulha para encarar a Apple de frente.

A aquisição da Motorola Mobility dará à Google 17 mil patentes e outras 9 mil em processo de concessão, o que vai permitir que ela controle tanto o hardware como o software de seus produtos, como hoje faz a Apple.


A compra da Motorola Mobility também mexe com a Research in Motion — fabricante do BlackBerry —, Microsoft, Nokia e o setor de TV, além da HTC e da Samsung. Essas duas últimas venderam milhões de aparelhos equipados com o Android, o que colocou o Google na liderança desse mercado.

Se ficarem acuadas pela Google, podem recorrer à Microsoft, mesmo com a promessa de que o Android permanecerá como plataforma aberta e adotará o Windows Phone 7 como alternativa.

Já a Microsoft ficará diretamente em conflito legal com o Google sobre patentes, porque já trava várias disputas judiciais com a Motorola sobre propriedade intelectual.


Analistas, inclusive, estimam que, em três anos, com o Android chegando à liderança do mercado, a Google deve torná-lo fechado, tal como a Apple faz com o seu iOS.

A esperança é que, com a concorrência acirrada, possamos, provavelmente já a partir de 2012, ter produtos mais baratos no mercado e cada vez mais integrados à internet, à computação em nuvem, à realidade aumentada e novos serviços para facilitar nosso dia a dia de forma revolucionária.

É o que esperamos. Como diria Chico Buarque, "meninos, eu vi".

Paulo Barros Correio Braziliense

O PAÍS DOS CANALHAS : BRASIL ASSENHOREADO , CARCOMIDO, ESTROPIADO, ROUBADO...


Operação da PF e da receita flagra um dos maiores esquemas de sonegação fiscal da história do País Uma investigação iniciada na década de 1990 levou à descoberta de uma das maiores fraudes fiscais já constatadas no Brasil.

O esquema conta com a participação de 300 empresas instaladas no País e no exterior e é responsável por um rombo nos cofres públicos estimado em pelo menos R$ 1 bilhão apenas em impostos federais.

Ontem, uma operação da Polícia Federal e da Receita, batizada de Alquimia, resultou na prisão de 23 pessoas e no confisco de bens que incluem uma ilha em
Salvador,

lanchas,
jatos e helicópteros,
carros de luxo,
caminhões,
imóveis residenciais,
parques industriais completos,
com prédios e máquinas,
e 2,5 quilos em barras de ouro.


Os envolvidos são acusados de sonegação fiscal,
falsidade ideológica,
lavagem de dinheiro
e formação de quadrilha,
entre outros crimes que ainda estão em apuração.

A Operação Alquimia foi desencadeada pela manhã em 17 Estados -
Minas Gerais,
São Paulo,
Bahia,
Alagoas,
Amazonas,
Ceará,
Espírito Santo,
Goiás,
Mato Grosso do Sul,
Pará,
Paraná,
Piauí,
Pernambuco,
Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Sergipe -
e no Distrito Federal,
com 650 agentes da PF, além de auditores da Receita.


As equipes tinham 31 mandados de prisão, 129 de busca e apreensão, 63 de condução coercitiva - levar alguém para depor - e ordens judiciais para sequestro de bens de 62 pessoas e 195 empresas.

Todos expedidos pelo juiz Bruno Savino, da 3.ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), onde a investigação começou.

O delegado Marcelo Freitas, que coordenou a ação pela PF, não quis revelar nomes, mas o Estado apurou que os principais alvos da operação são as empresas Sasil, com sede em Salvador (BA), e Varient, que tem sede em São Paulo e foi adquirida pelo grupo baiano no ano passado.

A Sasil é presidida pelo empresário Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, que seria o proprietário da ilha confiscada em Salvador.

O delegado confirmou apenas que há envolvimento de factorings e outros tipos de negócios investigados, mas a maior parte das empresas atua "na produção, armazenagem, compra, venda, importação e exportação de produtos químicos". "Uma quantidade enorme de produtos químicos", salientou o policial.

Marcelo Freitas contou também que as investigações revelaram que, entre as 300 empresas usadas pela quadrilha, 50 delas movimentaram mais de R$ 500 milhões apenas entre 2005 e 2009.

Entre as empresas investigadas, apenas 11 que já têm o crédito tributário constituído pela Receita Federal foram autuadas em R$ 120 milhões.

Marcelo Portela O Estado de S. Paulo