"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 21, 2010

BANQUINHO(BVA) CRESCE 980% EM TRÊS ANOS E NINGUÉM ENTENDE COMO. UMA DICA : UMA CHECADA NO BNDES/SHOPPING "INVESTIMENTOS"


Um banco minúsculo até outro dia, criado no Rio de Janeiro e radicado em São Paulo, está chamando a atenção do mercado financeiro pela segunda vez nos últimos anos.

No passado, o nome do BVA apareceu misturado a operações esquisitas de seu então único dono, o banqueiro José Augusto Ferraz Santos. Desta vez, o foco da curiosidade é o crescimento relâmpago da instituição.

Nos últimos três anos, os ativos do BVA cresceram mais de dez vezes: de R$ 361 milhões no começo de 2007 para R$ 3,9 bilhões em junho deste ano.

É um desempenho fabuloso por qualquer critério, principalmente num mercado altamente competitivo e num período que engloba uma crise que deixou de joelhos várias instituições de pequeno e médio portes.

A expansão começou com a chegada do executivo Ivo Lodo, que o BVA foi buscar no J. Safra no fim de 2006.

Lodo foi contratado como presidente, passou a comprar participações e hoje tem 50% do banco.

Desde que assumiu o comando, os resultados melhoraram em todas as linhas do balanço. Os depósitos saíram de pouco menos de R$ 100 milhões para R$ 3,2 bilhões. O número de clientes saltou de 216 para 1.565, crescimento de 625%.

O capital total (base necessária para expandir o crédito) saiu de R$ 58 milhões para R$ 330 milhões no mesmo intervalo, uma alta de 460%.

Escândalos

No mercado, afirma-se que as desconfianças em relação ao BVA encontram ressonância, em parte, por causa do envolvimento do fundador do banco, José Augusto Ferraz Santos, em operações problemáticas.

Além do banco, ele tem negócios no ramo de energia e de SHOPPING CENTERS, e seria bem relacionado politicamente, principalmente com parlamentares do PMDB.

José Augusto era sócio de uma das empresas que participaram da chamada "máfia do lixo" na prefeitura petista de Santo André (SP), esquema que veio à tona com o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel.

"Ele não era gestor da empresa, mas lucrou com o esquema e foi denunciado por tráfico de influência", afirma o promotor de Justiça de São Paulo Roberto Wider, que investigou o caso.

Num outro escândalo, o das compensações fraudulentas de dívidas com a Receita Federal, José Augusto teve operações recusadas pelo Fisco quando tentava quitar impostos com créditos podres..

Íntegra :

O banquinho que cresceu 980% em três anos chama atenção do mercado

ESTAMOS SUBSIDIANDO O PLANO DE "INVESTIMENTOS"(CAIXA) DA PETROBRAS.NO NOSSO BOLSO ELES METEM A MÃO.REPASSES SÓ NA ALTA.


Os preços da gasolina e do diesel no Brasil estão prestes a completar dois anos com valores acima das cotações internacionais.

Trata-se do período mais longo de alta desde a liberação do setor, em 2002, garantindo à Petrobrás uma receita adicional de R$ 24,7 bilhões, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Para analistas, esses recursos vêm ajudando a estatal a manter o ritmo de investimentos enquanto espera a capitalização.

"O consumidor brasileiro está subsidiando o plano de investimentos da Petrobrás", resume o diretor do CBIE, Adriano Pires.

Em levantamento a pedido do Estado, o especialista indica que, desde outubro de 2008, os preços da gasolina e do diesel estão mais caros no Brasil do que no exterior.

A Petrobrás chegou a promover uma redução de preços no período – de 4,5% para a gasolina e 15% para o diesel –, mas não foi suficiente para equalizar os valores internos com os do mercado internacional.

Não houve, também, impacto nas bombas, já que o governo elevou os impostos sobre os dois produtos, revertendo a redução do ano anterior, quando a estatal aumentou seus preços para acompanhar a escalada das cotações do petróleo.

Na média de julho, diz Pires, a gasolina brasileira estava 24% mais cara que a cotação do Golfo do México, usada como parâmetro para a Bacia do Atlântico.

No caso do diesel, a diferença era de 14%.

Na prática, a Petrobrás não é obrigada a seguir as cotações internacionais, embora esse tenha sido o objetivo da liberação do mercado em 2002. A estatal diz que sua política prevê acompanhamento de longo prazo.

Alívio

A manutenção desse cenário representa um alívio nas contas da Petrobrás, que encontra dificuldades para manter seu plano de investimentos, orçado em R$ 88,6 bilhões em 2010.

A empresa está no limite de endividamento e, enquanto a capitalização não é concluída, utiliza o caixa adicional obtido com a venda de gasolina e diesel mais caros para ajudar a fechar suas contas.

Os outros combustíveis, como querosene de aviação e gás natural, acompanham mais de perto as cotações internacionais do petróleo.

"Certamente essa política de preços está ajudando a Petrobrás a enfrentar seus problemas de caixa e a bancar seu plano de investimentos", comenta Walter de Vitto, especialista em energia da consultoria Tendências.

Os R$ 24,7 bilhões calculados por Pires como ganho adicional equivalem a todos os recursos que a companhia mantinha em caixa no fim do terceiro trimestre.

Até o fim de junho, a empresa investiu R$ 38,1 bilhões.

"No fundo, o caixa que a Petrobrás esta fazendo (com os combustíveis) está gastando. Pode-se dizer que ela está fazendo um investimento adicional com esse caixa", diz um analista do mercado financeiro que prefere não se identificar.

Íntegra :

A DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL O CUSTO DA TAXA DE CÂMBIO E O RISCO. ALIADOS À FALTA DE TRANSPARÊNCIA.

O Estado de S.Paulo

Em julho a Dívida Pública Federal acusou redução de 0,68% em termos nominais. Trata-se de uma boa notícia, levando em conta que houve diminuição tanto da dívida externa quanto da interna, fato que não ocorria há meses.

Convém notar que, se a redução se deveu ao resgate líquido de R$ 22,45 bilhões, este foi compensado pela apropriação positiva de juros no valor de R$ 11,40 bilhões, o que deixa claro que, se o superávit primário do governo central fosse maior, a redução da dívida teria sido ainda maior.

No Relatório Mensal da Dívida Pública Federal há uma informação que merece atenção toda especial.

É sobre o custo médio da Dívida Pública Mobiliária Federal interna, acumulado em 12 meses, que ficou em 10,89%, ante 10,90% em junho, principalmente em razão da menor variação do IPCA (0,24%, em julho de 2009, e 0,01%, em julho de 2010).

É preciso notar que se trata de um custo médio, que não reflete o aumento do custo dos últimos meses, só levando em conta a variação do IPCA, cuja estabilidade ainda é mais uma esperança do que uma certeza.

Mas pelo menos mostra claramente como esse indicador é importante para a formação do custo da dívida interna.

No entanto a maior preocupação vem da dívida externa, que está vinculada à taxa cambial.

Merece citação o texto do relatório oficial:

"Em relação à Dívida Pública Federal externa, este indicador (custo médio) registrou aumento, passando de 2,27% ao ano, em junho, para 4,27% ao ano, em julho, devido, principalmente, a uma redução da desvalorização da moeda norte-americana frente ao real, de 2,46% em julho de 2010 contra a desvalorização de 4,05% ocorrida em julho de 2009."

Percebe-se a falta de transparência da informação, que parece atribuir apenas à menor desvalorização do dólar o aumento do custo, omitindo a elevação dos juros no mercado internacional.

Todavia, fica clara a dependência deste custo da taxa de câmbio, mostrando que o risco cambial é enorme, o que pode explicar por que as autoridades monetárias adiam uma mudança da política cambial que reduza a valorização do real ante o dólar, pois o efeito disso seria aumentar consideravelmente o custo da dívida externa para o governo.

O relatório da dívida pública mostra que o prazo médio dos papéis colocados no mercado é muito limitado: 3,43 anos, para a dívida interna, e 6,06 anos, para a dívida externa, o que nos coloca numa situação delicada, levando em conta o déficit crescente das transações correntes do balanço de pagamentos.