"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 19, 2010

TRANSFERIR OU CRIAR RIQUEZA?

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Paulo Guedes O Globo

"Cem milhões de brasileiros vivem com o dinheiro público", estampou O GLOBO em sua primeira página da edição deste domingo.
A matéria é de Gilberto Scofield Jr., com base em estudo de Raul Velloso, veterano especialista em nossas contas públicas.

"Metade da população do país depende hoje de recursos repassados pelo governo federal. São servidores públicos, pensionistas e pessoas beneficiadas por programas sociais, transformando o orçamento federal em uma grande folha de pagamentos", prossegue a reportagem.

São compreensíveis as pressões de uma democracia emergente sobre os gastos sociais. Orçamentos públicos refletem essas exigências.
A preocupação da matéria é a degeneração do processo político.

"O poder de influência eleitoral é muito grande quando o governo tem tanta gente dependendo dele", dispara o economista.

(...)
Mas outra importante preocupação é com a dimensão econômica. O que esses 48,8 milhões de núcleos familiares, envolvendo 100 milhões de brasileiros, transmitirão a seus filhos como perspectiva de futuro?

Devem buscar um emprego industrial no ABC paulista?
Ou entrar para os sindicatos, onde o futuro parece mais brilhante?

Devem ser empreendedores e criar postos de trabalho, enfrentando o cipoal de impostos, ou se candidatar à política, onde os recursos parecem não faltar?


E o jovem no campo, deve frequentar uma escola técnica e buscar uma especialidade no agronegócio ou entrar no subterrâneo da política através do MST, com o colorido dos bonés e das camisas vermelhas, a força da enxada e da foice nas mãos, a "fúria dos justos" no olhar e toda a ignorância quanto à complexidade do organismo econômico moderno e à sofisticação política de uma sociedade aberta?

E a classe média, o contribuinte, deve apenas recomendar a seus filhos a aprovação em concursos públicos?


Se o futuro do militante, do sindicalista e do político parece bem melhor que o do estudante, do trabalhador e do empreendedor, a perspectiva é de baixa produtividade e lenta melhoria no padrão de vida dos brasileiros.

" EU QUERIA TER UM ZERO A MENOS "

Marcelo Almeida (PMDB-PR), o mais rico entre os deputados que tentam a reeleição, é filho do lendário empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da empreiteira CR Almeida, além de possuir a concessão de rodovias, agropecuárias e indústrias químicas.

O empresário morreu em março de 2008, deixando uma herança avaliada em US$ 1,3 bilhão na década de 1990. Em 2006, o deputado Marcelo declarou bens de R$ 86,6 milhões.

Ouvido ontem pelo Correio, ele disse que a elevação do seu patrimônio em 688% em quatro anos é consequência da aquisição de algumas concessões pela holding da família e, possivelmente, da partilha de bens após a morte do pai.

Na declaração de 2006, as quotas da Participare Administração e Participações estavam avaliadas em R$ 57,5 milhões. Neste ano, saltaram para a exorbitante cifra de R$ 652 milhões.

O deputado disse que não tinha informações precisas ontem porque não participa da administração da holding.

“Sei apenas que essas concessões têm que ser declaradas no Imposto de Renda. Acho que é isso. Amanhã posso dar mais detalhes”, disse, informando que o grupo comprou as concessões das Rodovias Anchieta/Imigrante, da Carvalho Pinto e da Ayrton Senna, paralelas à Via Dutra, além de duas rodovias no Paraná e uma no Rio Grande do Sul.

Questionado se ele não teria digitado um zero a mais no valor dos seus bens, como ocorreu com outros deputados, Almeida brincou:
Eu queria ter um zero a menos”.

Matéria completa :
CÂMARA DOS MILIONÁRIOS

PETROBRAS E A INDENIZAÇÃO DO "ÍNDICE DE CHUVAS"


A Petrobras, maior empresa da América Latina, terá que explicar ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma situação no mínimo incomum:
como foi capaz de pagar cerca de R$ 600 milhões em uma obra orçada em R$ 825 milhões, só porque ela ficou parada por causa das chuvas.

O pagamento indenizatório do chamado “índice de chuvas” foi descoberto na terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí onde a estatal levanta uma refinaria de petróleo, um polo petroquímico e um parque industrial .
Todo o empreendimento deverá consumir R$ 8,4 bilhões e é um dos maiores do mundo no setor.

O TCU ainda prepara o relatório sobre as irregularidades que, nas próximas semanas, deverá ser submetido ao plenário.
O que os técnicos descobriram até agora é preocupante:
o tal “índice de chuvas” previsto em contrato com as empreiteiras só existe nos fechados com a Petrobras.


Ao Correio, um importante técnico do governo disse estranhar o fato desó choverem obras da empresa.
E mais: os desembolsos às construtoras não só não batem com os índices pluviométricos das instituições oficiais como são totalmente divergentes.


Para o mesmo técnico, o que se pode dizer depois de se deparar com o “índice de chuvas” é que se trata de uma “tremenda cara de pau”.

Diante disso, segundo ele, fica difícil entender porque a estatal reclama tanto de o TCU não aceitar as suas justificativas, quando questionadas sobre as obras que está executando.

Continua :

Divergências...

ELES ESTÃO DE VOLTA.

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Ivan Iunes Correio Braziliense

As eleições de outubro representam uma oportunidade para que vários políticos atingidos pelo escândalo do mensalão tentem o retorno à ribalta política.

Dos 19 parlamentares citados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a compra de votos de deputados e senadores pelo governo federal, 10 querem um novo mandato.

Segundo análise de especialistas, pelo menos três deles recuperaram boa parte do prestígio político perdido no escândalo e devem ter eleição tranquila caso a Justiça não impugne algumas dessas candidaturas com base na Lei da Ficha Limpa.

Outros cinco têm chances razoáveis de saírem do pleito com mandato na mão. Os dois personagens centrais do mensalão, os ex-deputados federais cassados José Dirceu (PT-SP) e Roberto Jefferson (PTB-RJ), no entanto, só poderão tentar o teste das urnas a partir de 2015.

Entre os protagonistas do mensalão, os três parlamentares que conseguiram emergir com maior facilidade do escândalo são os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Sandro Mabel (PR-GO) e Paulo Rocha (PT-PA).

Os dois primeiros têm a eleição praticamente garantida nos estados e foram escalados pelos partidos com a missão de descarregar um caminhão de votos nas alianças proporcionais.

Já Paulo Rocha pode ser o primeiro parlamentar envolvido no mensalão a progredir um degrau na política depois do escândalo.
Ele tentará uma vaga no Senado pelo Pará e seus principais adversários são o ex-senador Jader Barbalho (PMDB) e o senador Flexa Ribeiro (PSDB).

Mensaleiros no páreo


João Paulo Cunha (PT-SP)

Acusado de ter recebido R$ 50 mil. Pressionado a justificar a presença da mulher no Banco Rural — instituição onde eram feitos os saques do mensalão —, disse que ela havia ido pagar a prestação da TV a cabo. João Paulo acabou absolvido pelo plenário da Câmara.
José Genoino (PT-SP)

Apontado como fiador dos empréstimo do publicitário Marcos Valério ao PT — à época ele era presidente do partido. Manteve-se no cargo até que o assessor de um irmão, o deputado José Guimarães (PT-CE), foi apanhado com dólares na cueca. Renunciou à Presidência do PT e foi eleito deputado em 2006.

José Mentor (PT-SP)

Teria recebido R$ 120 mil dos operadores do esquema, por meio do seu escritório de advocacia. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.

Josias Gomes (PT-BA)

Teria recebido R$ 100 mil dos operadores do mensalão. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.

Paulo Rocha (PT-PA)

Acusado de ter recebido R$ 920 mil das empresas envolvidas no mensalão. Renunciou ao mandato para fugir do processo de cassação.

Pedro Henry (PP-MT)

Apontado como operador do PP no esquema. Renunciou ao mandato para fugir do processo de cassação.

Romeu Queiroz (PTB-MG)

Acusado de receber R$ 350 mil das empresas envolvidas no mensalão. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.

Sandro Mabel (PR-GO)

Acusado de oferecer R$ 30 mil mensais à deputada federal Raquel Teixeira (PSDB-GO) para que ela trocasse de legenda. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.

Vadão Gomes (PP-SP)

Acusado de receber R$ 3,7 milhões. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.

Valdemar da Costa Neto (PR-SP)

Acusado de ter recebido R$ 10 milhões durante as eleições de 2002 do esquema tocado por Marcos Valério, acabou renunciando durante as investigações.